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9ine encerra seu primeiro ano com Neymar, UFC e sócio na Copa

Ronaldo assumiu recentemente o cargo de Conselheiro do Comitê Organizador Local (COL) - que ele resume como garoto propaganda

Anderson Silva e Ronaldo: 9ine é dividida entre o ex-jogador, o grupo WPP e o empresário Marcos Buaiz (reprodução twitter)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2012 às 08h06.

São Paulo – Pouco antes de Ronaldo anunciar sua aposentadoria, a 9ine já havia começado a funcionar. A agência de marketing e consultoria esportiva comemora esse mês seu primeiro ano em operação, com um portfólio de agenciados que tem Anderson Silva e Neymar.  Os clientes incluem Extra e Duracell. Agora, o desafio é conciliar a empresa privada com o cargo de Ronaldo no Comitê da Copa do Mundo.

Um dos destaques de atuação da 9ine está ligado ao UFC. O Brasil não é um país que, tradicionalmente, assiste e torce por lutadores. “A 9ine teve visão e apostou no Anderson Silva que, há um ano, era um completo desconhecido no Brasil”, disse Júlio Moreira, professor de branding da pós-graduação da comunicação da ESPM.

Mais do que apostar no lutador, a empresa apostou no UFC e agora, não só Anderson Silva vende de carro a hambúrguer, como o UFC é transmitido pela rede Globo e narrado por Galvão Bueno – igual Copa do Mundo. No futebol, a 9ine conquistou Neymar, entre outros, e o jogador do Santos logo passou da Nextel para a Claro, que também usa Ronaldo em suas propagandas.

“Dentre muitas empresas de marketing esportivo, eles se destacaram muito, com atletas e produtos”, disse Moreira. A concorrência não gosta, é claro, Thiago Scuro, professor do MBA gestão e marketing esportivo da Trevisan e consultor na Brunoro Sports (que concorre com a 9ine em alguns segmentos) não desdenha a agência  – e afirma que a figura de Ronaldo ajuda, inclusive, outras empresas no mesmo ramo - mas questiona o destaque da 9ine em um hipotético cenário sem Ronaldo. “A empresa passaria a ter muito mais dificuldade de competir nesse mercado porque tem muitos outros players com histórico. Se ele se desligar da empresa, a 9ine vai ter que se reinventar”, disse. Para ele, muito da visibilidade que a empresa recebe vem por causa do Ronaldo. “Ainda faltam projetos e ações mais consistentes, são coisas pontuais de patrocínios e representações”, completou.

“Se a nine quer crescer no futuro, tem que criar as bases dela independe do Ronaldo”, disse Moreira. Ronaldo assumiu recentemente o cargo de Conselheiro do Comitê Organizador Local (COL) - que ele resume como garoto propaganda. O ex-jogador afimou que tomará decisões burocráticas junto com Ricardo Teixeira, presidente do COL e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), além de outro membro do comitê. Mas o novo cargo já levantou questionamentos sobre a negativa relação entre o emprego público e o privado do ex-jogador.

A cara do dono

A 9ine é dividida entre Ronaldo, que tem uma participação de 45%, o grupo WPP – o maior de comunicação no mundo - que possui outros 45% e o empresário Marcos Buaiz, com 10%. Mas, mais do que sócio, o ex-jogador é um elemento de marca da 9ine. “O Ronaldo abre as portas”, segundo Moreira.


A força do Ronaldo pode ser mensurada pelo que aconteceu com as contas do Corinthians enquanto ele estava no time. A receita de patrocínios e publicidade, por exemplo, saltou de 24,7 milhões de reais, em 2008, para 49 milhões de reais em 2009, quando o craque já estava no clube.

A bola da vez

Com a perspectiva de Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil, tem surgido muitas novas empresas no mercado de marketing esportivo, segundo Moreira. Além desses eventos, o recente crescimento econômico do Brasil potencializa o interesse no mercado esportivo, segundo Scuro.

O Mercado de marketing esportivo está cada vez mais encorpado, de acordo com Fábio Wolff, da Wolf Sports & Marketing, que trabalha há 13 anos no setor. Para se ter uma ideia, apenas o mercado do futebol brasileiro movimentou 2,1 bilhões de reais em 2010 (projeção), segundo Luíz Henrique Moreira Gullaci, professor de marketing MBA da FGV-RJ. O número representa um aumento de 10,5% em relação a 2009 e de 40% em relação a 2008. “O patrocínio deixou de ser uma ajuda e passou a ser um pilar da estratégia de comunicação das empresas”, disse Scuro.

“A credibilidade da 9ine vem do pessoal da WPP e a reputação, do Ronaldo. Isso fez com que, em três meses, eles captassem mais de 100 marcas para trabalhar com eles”, disse Gullaci. Para o professor, a presença de Ronaldo no COL não é prejudicial, e pode até ajudar o comitê. “Ele e algumas pessoas acham oportuno ele colocar o pé ali para entender o que está acontecendo”, disse. “O Ronaldo é mito”, resumiu. E, por enquanto, o “mito” está sendo bem aproveitado pela 9ine.

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São Paulo – Pouco antes de Ronaldo anunciar sua aposentadoria, a 9ine já havia começado a funcionar. A agência de marketing e consultoria esportiva comemora esse mês seu primeiro ano em operação, com um portfólio de agenciados que tem Anderson Silva e Neymar.  Os clientes incluem Extra e Duracell. Agora, o desafio é conciliar a empresa privada com o cargo de Ronaldo no Comitê da Copa do Mundo.

Um dos destaques de atuação da 9ine está ligado ao UFC. O Brasil não é um país que, tradicionalmente, assiste e torce por lutadores. “A 9ine teve visão e apostou no Anderson Silva que, há um ano, era um completo desconhecido no Brasil”, disse Júlio Moreira, professor de branding da pós-graduação da comunicação da ESPM.

Mais do que apostar no lutador, a empresa apostou no UFC e agora, não só Anderson Silva vende de carro a hambúrguer, como o UFC é transmitido pela rede Globo e narrado por Galvão Bueno – igual Copa do Mundo. No futebol, a 9ine conquistou Neymar, entre outros, e o jogador do Santos logo passou da Nextel para a Claro, que também usa Ronaldo em suas propagandas.

“Dentre muitas empresas de marketing esportivo, eles se destacaram muito, com atletas e produtos”, disse Moreira. A concorrência não gosta, é claro, Thiago Scuro, professor do MBA gestão e marketing esportivo da Trevisan e consultor na Brunoro Sports (que concorre com a 9ine em alguns segmentos) não desdenha a agência  – e afirma que a figura de Ronaldo ajuda, inclusive, outras empresas no mesmo ramo - mas questiona o destaque da 9ine em um hipotético cenário sem Ronaldo. “A empresa passaria a ter muito mais dificuldade de competir nesse mercado porque tem muitos outros players com histórico. Se ele se desligar da empresa, a 9ine vai ter que se reinventar”, disse. Para ele, muito da visibilidade que a empresa recebe vem por causa do Ronaldo. “Ainda faltam projetos e ações mais consistentes, são coisas pontuais de patrocínios e representações”, completou.

“Se a nine quer crescer no futuro, tem que criar as bases dela independe do Ronaldo”, disse Moreira. Ronaldo assumiu recentemente o cargo de Conselheiro do Comitê Organizador Local (COL) - que ele resume como garoto propaganda. O ex-jogador afimou que tomará decisões burocráticas junto com Ricardo Teixeira, presidente do COL e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), além de outro membro do comitê. Mas o novo cargo já levantou questionamentos sobre a negativa relação entre o emprego público e o privado do ex-jogador.

A cara do dono

A 9ine é dividida entre Ronaldo, que tem uma participação de 45%, o grupo WPP – o maior de comunicação no mundo - que possui outros 45% e o empresário Marcos Buaiz, com 10%. Mas, mais do que sócio, o ex-jogador é um elemento de marca da 9ine. “O Ronaldo abre as portas”, segundo Moreira.


A força do Ronaldo pode ser mensurada pelo que aconteceu com as contas do Corinthians enquanto ele estava no time. A receita de patrocínios e publicidade, por exemplo, saltou de 24,7 milhões de reais, em 2008, para 49 milhões de reais em 2009, quando o craque já estava no clube.

A bola da vez

Com a perspectiva de Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil, tem surgido muitas novas empresas no mercado de marketing esportivo, segundo Moreira. Além desses eventos, o recente crescimento econômico do Brasil potencializa o interesse no mercado esportivo, segundo Scuro.

O Mercado de marketing esportivo está cada vez mais encorpado, de acordo com Fábio Wolff, da Wolf Sports & Marketing, que trabalha há 13 anos no setor. Para se ter uma ideia, apenas o mercado do futebol brasileiro movimentou 2,1 bilhões de reais em 2010 (projeção), segundo Luíz Henrique Moreira Gullaci, professor de marketing MBA da FGV-RJ. O número representa um aumento de 10,5% em relação a 2009 e de 40% em relação a 2008. “O patrocínio deixou de ser uma ajuda e passou a ser um pilar da estratégia de comunicação das empresas”, disse Scuro.

“A credibilidade da 9ine vem do pessoal da WPP e a reputação, do Ronaldo. Isso fez com que, em três meses, eles captassem mais de 100 marcas para trabalhar com eles”, disse Gullaci. Para o professor, a presença de Ronaldo no COL não é prejudicial, e pode até ajudar o comitê. “Ele e algumas pessoas acham oportuno ele colocar o pé ali para entender o que está acontecendo”, disse. “O Ronaldo é mito”, resumiu. E, por enquanto, o “mito” está sendo bem aproveitado pela 9ine.

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