8 polêmicas entre o Walmart, os funcionários e consumidores
Revistas irregulares, carne estragada, briga de galo e cobrança pelo uniforme são alguma das acusações que a rede varejista enfrentou nos últimos anos
Karin Salomão
Publicado em 20 de outubro de 2014 às 09h38.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h02.
São Paulo – Horas extras, revistas irregulares, carne estragada, briga de galo e cobrar funcionários pelo uniforme são algumas das polêmicas em que a rede de supermercados Walmart se envolveu nos últimos anos, tanto no Brasil quanto no exterior. Confira 8 desses casos.
Funcionários do Walmart nos Estados Unidos criticaram o novo código de vestimenta da rede, que determina que todos vistam, a partir do dia 29, camisas de gola azuis ou brancas e calças de cor preta ou cáqui por baixo de um colete com o logo da companhia. O colete será fornecido pela varejista, mas os funcionários terão que pagar pelas outras peças. Em uma carta escrita em nome da OUR Walmart, o funcionário Richard Reynoso diz que pesquisou os preços e que as vestimentas sairiam por cerca de 50 dólares. "Eu recebo entre 800 a 900 dólares por mês. A triste verdade é que eu não tenho dinheiro sobrando em casa para gastar em um novo uniforme só porque o Walmart de repente decidiu mudar a sua política". Ao Huffington Post, Kory Lundberg, um porta-voz do Walmart, disse que a companhia tem recebido muitos feedbacks positivos dos funcionários sobre a nova regra. "Acho estranho que a correspondência tenha vindo do escritório de Washington DC e não da Califórnia, de onde o associado que a escreveu é", disse o executivo ao portal.
O maior escândalo da rede ocorreu em 2012, quando a empresa foi investigada por pagar suborno para construir lojas no México, Brasil, China e Índia. O escândalo eclodiu após a publicação de um artigo do jornal The New York Times em abril de 2012, no qual o jornal apontou que a empresa escondeu práticas de subornos em grande escala para expandir suas atividades no México. No início de 2000, a rede teria pagado 24 milhões de dólares em subornos a autoridades mexicanas para expandir os negócios no país.
Uma mãe americana comprou um sanduíche de sorvete da Great Value, marca da Walmart, e deu para seu filho. Ele deixou o sorvete no quintal, sob o sol de verão de quase 27°C, em julho de 2014. Depois de quase 12 horas, o sorvete não derreteu quase nada. A mãe ficou muito preocupada com o alimento. “Eu pensei comigo mesma: do que estou alimentando meus filhos?”, disse Christie Watson ao canal de televisão local WCPO. Segundo nota do Walmart enviada a televisão local, "sorvete derrete de acordo com os seus ingredientes, incluindo creme. Sorvetes com mais creme normalmente derreterão mais devagar, o que é o caso dos nossos sanduíches de sorvete Great Value”.
Uma unidade do Walmart em Canton, no estado de Ohio, nos Estados Unidos, gostaria de doar alimentos para o jantar de Dia de Ações de Graças dos seus funcionários. O problema é que as doações teriam de partir dos próprios trabalhadores - o quegerou questionamentos sobre os salários pagos aos mesmos, segundo o jornal local Cleveland Plain Dealer em 2013."Este Walmart teve a audácia de pedir a trabalhadores de baixa renda para doar alimentos a outros trabalhadores de baixa renda - para mim, isso é um ultraje moral", teria dito a consumidora Norma Mills ao jornal.
A empresa está sendo investigada pela polícia mexicana por supostamente ter promovido uma briga de galo em uma de suas lojas em Boca del Rio com o risco de pagar uma multa de 96 mil pesos, ou US$ 7.240, já que a prática é proibida na cidade. As denúncias vieram de grupos de direitos dos animais, que postaram no Twitter fotos do evento, que teria acontecido no Dia de Independência do México. Antonio Ocaranza, porta-voz da varejista, disse à agência Bloomberg que o evento não era tecnicamente uma briga de galo porque as aves não foram feridas, não estavam “armadas com lâminas” e nenhuma aposta foi feita.
Funcionários do Walmart na China teriam sido demitidos um mês depois de denunciarem a venda de carnes fora da validade em algumas de suas lojas no país, segundo a agência Xinhua News Agency.As mesmas unidades também estão sendo acusadas de usar óleo velho no preparo de alimentos. As lojas adicionavam óleo novo para clarear a cor e impedir o esquema de ser descoberto, diz Market Watch.A porta-voz da varejista disse que os funcionários foram demitidos por “questões de performance e desvios da política da companhia”.
Funcionários de uma loja em Carapicuíba, em São Paulo, acusaram cliente de roubo e a rede de supermercados foi multada em R$ 20 mil. Robson de Jesus Guerra Silva foi ao Walmart para comprar algumas caixas de leite que estavam em promoção. Quando saía da loja com a mercadoria já paga, porém, foi abordado por dois funcionários, que não só o acusaram de furto, como também se referiram a ele como "negrinho ladrão". Silva apresentou sua nota fiscal e os funcionários se desculparam. Além das desculpas, a rede teve de pagar R$ 20 mil ao cliente, por determinação da Justiça de São Paulo.
Depois de dois anos tendo que rebolar durante o hino motivacional da empresa e ainda passar por vistorias constrangedoras no final do expediente, um ex-funcionário recebeu R$ 30 mil de indenização do Walmart, em 2011, depois da rede ter sido condenada pela2ª Vara do Trabalho do Distrito Federal. Em nota, o Walmart afirmou que o grito de guerra é usado para "descontrair o ambiente de trabalho em reuniões e integrar as equipes" e que a participação não é obrigatória. A ação se refere à loja do Walmart em Águas Claras. Segundo o advogado do ex-funcionário, os pertences dos funcionários da unidade eram fiscalizados, as revistas feitas por funcionários do sexo oposto e câmeras de segurança registravam imagens dos vestiários.