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5 razões do crescimento global da Lenovo, a nova dona da CCE

Como uma minúscula fabricante de computadores da China pode bater a HP e se tornar a líder mundial do setor

Aparelho da Lenovo: empresa tem o desafio de ser cada vez mais global (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2012 às 14h24.

São Paulo – Conforme antecipado pelo blog Primeiro Lugar, de EXAME.com, a Lenovo vai comprar a brasileira CCE. O negócio reforça a estratégia da fabricante chinesa de computadores de crescer em países emergentes, por meio de uma política agressiva de aquisições.

Fundada em 1984 por um grupo liderado por Liu Chuanzhi, a empresa passou de uma pequena fabricante de placas e computadores para uma potência global do setor. É a líder na China e encerrou o segundo trimestre com 14,7% do mercado mundial de computadores – muito perto da líder HP, com 14,9%, segundo a consultoria Gartner Group.

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A agressividade, contudo, não é a única razão para o crescimento da Lenovo. Veja, a seguir, cinco pontos que sustentam as ações da empresa:

1. Ataque e defesa

A arrancada da Lenovo aconteceu a partir de 2009, quando Yang Yuanqing foi nomeado CEO da companhia. Braço-direito do fundador da empresa e com carreira na área de vendas, Yang implantou a estratégia de “ataque e defesa”.

A defesa significa evitar, a qualquer custo, que os rivais tirem a liderança da Lenovo na China, onde detém mais de 30% do mercado. Já o ataque foca a expansão em mercados emergentes, como Índia e Brasil – daí a compra da CCE.

2. Uma empresa de enxadristas

Há um termo muito caro a Liu Chuanzhi, o fundador da Lenovo, e a Yang: em chinês, a expressão é fu pan. Na prática, isso quer dizer examinar sempre, e exaustivamente, os próximos passos.


Na empresa, a ordem é antever os movimentos dos rivais e ter uma resposta pronta – e isso não quer dizer, improvisada. Ter um leque de reações à mão vale para questões banais, como acidentes de trabalho, até as grandes estratégias da companhia.

3. Rápidos em tudo

Desde que assumiu, Yang privilegia a rapidez. Essa palavra está na base de uma série de decisões do executivo. Rapidez de processamento é o principal atrativo dos computadores da Lenovo – a empresa foi a primeira a lançar, por exemplo, com processador Pentium na China, em 1996. E, quando os rivais reagiram, eles já haviam projetado uma máquina mais rápida.

A rapidez também está no tempo de entrega dos produtos. Recentemente, a empresa cortou por quatro semanas o prazo para atender Dubai, ao inaugurar um novo centro de distribuição. É a metade do tempo original.

Além disso, a empresa também procura tomar decisões rápidas. Em 2009, Yang reduziu de o número de executivos da alta cúpula de quase 30 para nove, com o objetivo de acelerar as decisões.

4. Chegar onde ninguém mais chega

Um dos cuidados da Lenovo é garantir presença em cidades das quais os concorrentes querem distância. Apesar da rápida urbanização da China, quase metade de sua numerosa população ainda vive nas áreas rurais.

A Lenovo tem lojas em cidades praticamente minúsculas, com cerca de 10.000 habitantes, onde o vendedor entrega os computadores nas casas dos clientes com seu próprio carro. Ao apostar nessas regiões, a Lenovo também lucra com o enriquecimento dos proprietários agrícolas – algo fora do alcance da Apple, Dell e HP.

5. Valorizar as diferenças

Esta é a parte mais difícil para a Lenovo. Presente em 160 países, a internacionalização da empresa deu um salto após a compra da divisão de computadores da IBM, em 2005. Como era de se esperar, o choque de culturas muitas vezes gerou faíscas.

Mas a empresa sabe que este é um caminho sem volta. À medida que a empresa se torna global, Yang sabe que precisa incorporar a visão de executivos não-chineses à estratégia. Na unidade de São Francisco, nos Estados Unidos, por exemplo, há 14 nacionalidades representadas na diretoria local e as reuniões são feitas em, pelo menos, seis idiomas.

Com a compra da CCE, agora a Lenovo talvez tenha uma nova lição: aprender a falar português.

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