5 companhias aéreas que tiveram sérios problemas na pandemia
Com quase todo mundo precisando ficar em casa durante a pandemia, as companhias aéreas foram um dos setores que mais sofreram pela crise puxada pela doença
Felipe Giacomelli
Publicado em 11 de julho de 2020 às 11h11.
Com quase todo mundo precisando ficar em casa durante a pandemia do novo coronavírus para manter o distanciamento social, as companhias aéreas , que dependem de multidões viajando para lá e para cá pelo globo, foram um dos setores mais atingidos pela crise.
E, por mais que o vírus já esteja sendo controlado em alguns países, os efeitos podem ser duradouros na área. Afinal, a ideia de compartilhar um tubo com asas fechado com centenas de outras pessoas nesse momento não é uma das ideias mais confortáveis. Fora que home-office, computação na nuvem e videochamadas estão fazendo as empresas se reinventar, e as viagens a trabalho podem mudar para sempre.
Confira abaixo cinco empresas aéreas que estão passando maus momentos durante a pandemia:
Latam
Nesta semana, a Latam Brasil anunciou que foi incluída no pedido de recuperação judicial do grupo Latam Airlines nos EUA. Por lá, o pedido de proteção contra credores é chamado “capítulo 11” (chapter 11 ).
Segundo a empresa,o pedido foi feito para ter acesso a “novas fontes de liquidez”, uma vez que a dívida pode ficar mais segura a novos credores, enquanto negocia com o BNDES um pacote de ajuda.
Antes,a Latam Airlines já havia pedido nos EUA recuperação judicial para suas afiliadas no próprio país e no Chile, na Colômbia, no Peru e no Equador e tinha encerrado as operações na Argentina.
Quem comprou passagens da Latam para os próximos meses pode ficar tranquilo. A empresa afirmou que seus voos não correm perigo.
Avianca
Sem operar desde maio do ano passado, a Avianca Brasil, que estava em recuperação judicial desde dezembro de 2018, entrou com pedido de falência nesta semana, devido às dívidas que somam 2,7 bilhões de reais.
A empresa afirma que não conseguiu se salvar, porque seu plano de recuperação foi prejudicado por decisões da Anac. É que a agência reguladora redistribuiu entre as empresas aéreas os slots ("vagas" para pousos e decolagens em aeroportos).
A Avianca havia vendido seus slots para a Latam e para a Gol, em um leilão no qual levantou 147 milhões de dólares (cerca de 780 milhões de reais na cotação atual). Mas, sem o aval da Anac, a operação não foi concluída.
Flybe
A companhia britânica, queoperava quase 40% de todos os voos regionais no Reino Unido, é considerada a primeira grande vítima da crise causada pelo coronavírus. Em 5 de março, ela fechou as portas e alertou seus passageiros a não irem para o aeroporto.
Mas a pandemia não foi o único vilão para ela. A empresa já estava em dificuldades financeiras, com perdas de cerca de 20 milhões de libras no ano passado, por problemas como o Brexit e a consequente queda no valor da libra e a redução na demanda de voos. Isso sem falar que ela erapressionada pelas rivais de baixo custo, como Ryanair e EasyJet, e ainda pagava mais impostos que suas rivais.
Germanwings
Logo no começo da pandemia, a Lufthansa decidiu suspender as operações da Germanwings, sua low-cost, como uma das formas de economizar no período de crise. "Vai levar meses para que o mundo não tenha mais restrições de viagens e anos para que a demanda global por voos volte aos níveis pré-pandemia", justificou a marca alemã na época.
A escolha por encerrar as operações da Germanwings, que atuava principalmente na Suíça, Áustria e Bélgica, além da própria Alemanha, também se deu porque a reputação da empresa já estava afetada desde 2015, quando houve o acidente com o voo 9525. Em março daquele ano, 144 passageiros e seis tripulantes morreram quando um avião da companhia se chocou com os Alpes Franceses. Posteriormente, as investigações apontaram que o acidente foi premeditado pelo copiloto, que tinha tendências suicidas.
Virgin Austrália
No fim do mês de abril, a segunda maior companhia da Austrália entrou em recuperação extra-judicial, depois de não ter conseguido fechar um pacote de socorro com o governo local. Nem mesmo os apelos do empresário Richard Branson, dono da divisão global da marca, que chegou até mesmo a oferecer uma ilha da qual é dono como garantia, foram o suficiente para convencer as autoridades.
Em junho, os administradores judiciais da Virgin Austrália anunciaram que a empresa americana de investimentos Bain Capital tinha acertado a compra da aérea.