A Avon é a maior empresa mundial de venda direta de cosméticos (Mario Tama/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de abril de 2012 às 16h54.
São Paulo - O fundo 3G Capital, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, pode ser um dos financiadores da proposta de compra da Avon pela empresa francesa Coty. Segundo notícia da Dow Jones, reproduzida pelo Valor Econômico, a corretora Sanford Bernstein sustenta que o rumor seria justificado pela conexão entre o executivo Peter Harf e as empresas.
Harf comanda o grupo Joh. A. Benckiser, braço de investimento da família alemã Reimann que é dono da Coty. No passado, ele já teria trabalhado como presidente do conselho de administração da AB Inbev.
Como se sabe, Lemann, Sicupira e Telles estiveram por trás da tacada que criou a InBev, união da Ambev com a belga Interbrew. Depois de adquirir a Anheuser-Busch, fabricante da Budweiser, a companhia tornou-se a maior cervejaria do mundo e passou a se chamar AB Inbev.
Já o 3G Capital, que concentra os investimentos do trio, comprou o Burger King em 2010. Segundo a Sanford Bernstein, o modelo de negócios adotado desde então denota que o fundo poderia repetir a dose com a Avon.
Depois de investir 1,2 bilhão de dólares do próprio bolso para levar a rede de fast food em 2010 (captando outros 2,8 bilhões no mercado), o 3G vendeu 29% do Burger King à britânica Justice Holdings por 1,4 bilhão neste mês.
Disputa pela Avon
A Coty anunciou nesta segunda que já tem uma carta de crédito de 5 bilhões para pagar metade do que oferece à Avon pela aquisição. Feita pela primeira vez há duas semanas, a proposta de 10 bilhões foi qualificada pela companhia americana como "oportunista e hostil".
Comparando o tamanho das empresas, fica fácil entender a necessidade da Coty em captar dinheiro no mercado para fazer frente ao aporte. Em seu último ano fiscal, encerrado em junho de 2011, a Coty faturou 4,1 bilhão de dólares. O montante corresponde a menos da metade da receita acumulada pela Avon, avaliada em 11,3 bilhões.