TAM e as aéreas que mais ganham com taxas e serviços extras
Estudo exclusivo das consultorias Amadeus e IdeaWorksCompany mostra que áreas tem faturado dez vezes mais com a venda de complementos – veja quais são as dez líderes
Tatiana Vaz
Publicado em 23 de julho de 2013 às 11h43.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h20.
São Paulo – Ficou pra trás o tempo em que as companhias aéreas faturavam apenas com as vendas de passagens. Hoje uma parte importante do negócio está na oferta de serviços complementares, aqueles adicionais ao bilhete, que vão de espaço extra e acesso ao longe a uso do wi-fi nos aviões. Em dez anos, a receita proveniente desses serviços foi multiplicada por dez – as vendas saltaram de 1,72 bilhão de euros, em 2007, para 18,23 bilhões de euros, em 2011. O número de empresas que ofertam esses serviços duplicou no mesmo período. Os dados, fornecidos por uma pesquisa inédita feita pelas consultorias Amadeus e IdeaWorksCompany, a partir dos relatórios financeiros de 108 companhias aéreas em todo mundo, mostram que a receita com esse tipo de serviço cresceu 66% apenas nos últimos dois anos. Se antes essas ofertas eram limitadas às empresas de baixo custo, hoje elas se tornaram prioridade para a maioria das companhias do setor. Clique nas fotos para conhecer quais são as dez aéreas que mais faturam com serviços adicionais no mundo – a TAM é a única brasileira entre elas, na nova posição. Juntas, elas faturaram 13,7 bilhões de euros, ou seja, 75% de toda receita gerada com serviços adicionais para as áreas no mundo.
Líder entre as que mais faturam com serviços adicionais, tanto em 2010 como 2011, a United Continental oferece todo tipo de serviço, de refeição diferenciada a milhagens. E a receita com esses serviços só aumenta. Se em 2010, a companhia faturava 3,530 bilhões de euros com os serviços, no ano seguinte a receita foi para 4,162 bilhões de euros – em termos de comparação, o valor equivale a cerca de 60% da receita líquida total obtida pela TAM, no ano passado. A United chega a ganhar 29,36 euros a mais por passageiro apenas com a venda de complementos.
Uma das suas ofertas é o cartão Visa MileagePlus Explorer que prove um embarque de bagagem extra, dois passes para o lounge do aeroporto por ano, embarque antecipado, milhas extras e mais vantagens. A anuidade do cartão, a partir do segundo ano, é de 95 dólares.
Uma das suas ofertas é o cartão Visa MileagePlus Explorer que prove um embarque de bagagem extra, dois passes para o lounge do aeroporto por ano, embarque antecipado, milhas extras e mais vantagens. A anuidade do cartão, a partir do segundo ano, é de 95 dólares.
A americana Delta é a segunda que mais fatura com esses serviços que incluem, principalmente, despacho de bagagem e venda de milhas aéreas para seus parceiros bancários. A companhia faturou 2,039 bilhões de euros com esse tipo de oferta em 2011 – ainda assim, menos do que no ano anterior, quando a receita foi de 2,612 bilhões de euros. Uma das razões da receita ter diminuído, aponta o levantamento, é o fato da empresa ter começado a refinar a divulgação dessas receitas, com a exclusão de valores advindos de alguns negócios ligados à aviação.
Assim como a Delta, a American Airlines teve suas receitas de serviços adicionais vindas de despacho de bagagem e venda de milhas aéreas para seus parceiros bancários. Mas, ao contrário da concorrente, a American teve um crescimento expressivo do faturamento com esse tipo de produto. A companhia, que faturava 1,379 bilhão de euros, em 2010, viu sua receita crescer para 1,7 bilhão de euros, no ano passado.
A companhia australiana Qantas Airways (e sua marca de low coast Jetstar) ocupa o quarto lugar no ranking, com faturamento de 1,141 bilhão de euros no ano passado – em 2011, a receita era de 1,087 bilhão de euros e a empresa também ocupada a mesma posição. A aérea chega a faturar 40,91 euros a mais por passageiros, além da venda de passagens, apenas com a venda desses adicionais. A maneira como vende esses serviços são as mais variadas possíveis e incluem a tradicional abordagem à la carte com a cobrança pelo jantar, entretenimento a bordo, despacho de bagagens e assentos com espaço extra. Uma das inovações mais recentes da empresa foi a venda de uma tecnologia que, conectada à reserva do passageiro, permite check-in de bagagens simplificado para voos dentro da Austrália. Ainda assim, sua maior fonte de receita é gerada por seu programa de milhagem. A única que se assemelha com ela nessa parte é a brasileira TAM.
A companhia americana de baixo custo Southwest estreou na lista das dez que mais faturam com serviços complementares em 2011. No ano a empresa teve receita de 950 milhões de euros contra 835 milhões de euros do ano anterior, número suficiente para fazer da aérea a quinta empresa que mais fatura com esses serviços.
Pela primeira vez, a companhia de baixo custo EasyJet passou a concorrente Ryanair na lista das que mais faturam com serviços adicionais. A empresa teve aumentou sua receita com essas ofertas de 655 milhões de euros, em 2010, para 890 milhões de euros, em 2011. A porcentagem da receita total da EasyJet gerada por meio desses serviços também passou a ser maior que a da concorrente. Hoje, 20,8% de sua receita são de vendas de complementos, enquanto que na Ryanair a porcentagem fica um pouco abaixo, 20,5%.
A Ryanair caiu da 6ª para a 7ª posição entre as áreas que mais faturam com complementos às passagens, mas ainda assim tem 20,5% de sua receita total gerada por meio desses serviços adicionais. De 2010 para 2011, a empresa viu seu faturamento nessa parte crescer 10% e atingir 886,2 milhões de euros.
A US Airways, que pertencente a AMR, mesma controladora da American Airlines, caiu da 5ª para a 8ª posição entre as que mais lucram com serviços adicionais no mundo, por causa do avanço das concorrentes nessa parte. Ainda assim, a empresa fatura 874 milhões de euros, 5% a mais que no ano anterior, com a oferta de complementos diversos, como bagagem extra e refeição especial.
A TAM é a única aérea brasileira a figurar na lista das que mais faturam com serviço extra, com resultados que a fizeram subir da 10ª para a 9ª posição no ranking. E foi a empresa que mais viu esse faturamento subir entre as dez mais. Em 2011, a companhia faturou 537,315 milhões de euros com a venda de serviços adicionais, como excesso de bagagem, quase 50% mais do que o faturado no ano anterior. Porém, diferente das outras do ranking, com exceção da australiana Qantas, a TAM tem essa receita gerada principalmente por meio de seu programa de milhagem, segundo a pesquisa.
O desempenho da TAM em 2011 foi o suficiente para fazer com que a americana Alaska Air caísse da 9ª para a 10ª posição na lista – mas nada que a tirasse da lista das dez aéreas que mais ganham com vendas adicionais aos passageiros: são 19,81 euros gerados a mais por cada pessoa que compra um bilhete Alaska no mundo. A receita da companhia gerada por complementos saltou 26% de 2010 para 2011 e atingiu 491 milhões de euros no ano passado.
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