Zona do Euro estuda reestruturar dívida grega, segundo revista alemã
Pelo novo plano, governo grego usaria financiamento para recomprar parte de seus próprios títulos de dívida
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2011 às 15h56.
Berlim - O responsável pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), o economista alemão Klaus Regling, propôs recentemente aos membros da Eurozona a reestruturação da dívida da Grécia, revelou neste sábado a revista alemã "Der Spiegel".
A proposta, feita há algumas semanas, foi bem amparada esta semana na reunião ordinária dos ministros de Economia e Finanças (Ecofin) da União Europeia (UE) em Bruxelas, assinala a publicação alemã.
"A medida tem muitas possibilidades de ser adotada como parte do pacote de estabilização da zona do euro no Conselho Europeu de março", assegura a revista sem citar fontes.
Tecnicamente, o plano de Regling consistiria em que o Governo grego, com financiamento do FEEF, recomprasse parte de seus próprios títulos de dívida já emitidos a preços de mercado, que se cotam aproximadamente a 70% de seu valor nominal.
O presidente do Eurogrupo, o primeiro-ministro do Luxemburgo Jean-Claude Juncker, avaliou em declarações ao "Der Spiegel" esta possível operação não convencional do fundo de resgate europeu, que viria a apoiar as compras pontuais da dívida grega executadas pelo Banco Central Europeu (BCE).
A recompra da dívida é uma das medidas que os especialistas mais tinham sugerido para atenuar as dificuldades financeiras da Grécia.
Regling realizou um processo similar quando trabalhava no Fundo Monetário Internacional (FMI) para reestruturar o déficit público das Filipinas em meados dos anos 1980.
A zona do euro e o FMI realizaram, em maio de 2010, o resgate da Grécia com uma ajuda de 110 bilhões de euros, entregues na condição de um estrito programa de consolidação orçamentária e austeridade.
Atualmente, os juros da dívida grega estão colocando em perigo o plano inteiro de recuperação e nos últimos dias foi especulada a possibilidade de tanto a Eurozona como a Alemanha terem um plano alternativo em caso de emergência, algo que as partes implicadas negaram. EFE