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Zapatero descarta resgate à Espanha

Chefe de governo negou demissões no funcionalismo público e disse que país trabalha para diminuir sua dívida

José Zapatero, chefe de governo da Espanha (Lluis Gene/AFP)
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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2010 às 08h29.

Madri - O presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, disse nesta sexta-feira que descarta "absolutamente" um resgate à Espanha como aconteceu com a República da Irlanda e assegura que, apesar da redução de salários de funcionários públicos, não haverá demissões.

Em entrevista na emissora de rádio "RAC1", Zapatero advertiu aos investidores e analistas "que pensam a curto prazo" sobre a Espanha que vão se equivocar, como aconteceu em junho, quando o diferencial de dívida espanhola era alto "e os investidores que jogaram a curto prazo, logicamente, não tiveram os lucros esperados".

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O chefe do Executivo também ressaltou que a Espanha é um dos países que melhor cumpre o plano de redução do déficit e que o faz "escrupulosamente".

O presidente assinalou que a dívida espanhola se mantém 20 pontos abaixo da média europeia "antes, durante e depois da crise".

Além disso, asseverou, o Governo agora está "recolocando" as peças da economia, saneando-a e eliminando o "mau colesterol que nos tinha feito engordar em parte artificialmente", em referência ao setor da construção.

Zapatero assegurou que em 2011 Espanha consolidará a recuperação econômica e "pouco a pouco" criará emprego, que é a "tarefa" que mais demora.

Neste sentido, destacou que estão sendo "multiplicadas" as iniciativas para que os que têm os maiores problemas, aqueles que perderam o emprego, possam ter expectativas "o mais rápido possível".

Perguntado se em 2011 a situação econômica terá chegado ao fundo do poço, contestou que a tarefa de um governante não é fazer previsões, mas "responder às que surgem e focar em um rumo coerente que responda ao que necessita a Espanha precisa e aos postulados políticos e ideológicos".

Seu objetivo, acrescentou, é dar uma saída coerente e socialmente integradora da crise.


O presidente lembrou também que a Espanha é um país de renda per capita alta e um dos países com níveis de proteção "muito significativos".

"Algo que se conseguiu por nós mesmos e, por nós mesmos vamos sair da crise", disse.

Também falou que houve três trimestres de crescimento que, em grande medida, aconteceu pelo aumento das exportações e pelo "rápido" saneamento da economia.

Zapatero também destacou o alto grau de dívida que tinha o setor privado, cuja consequência foi o endividamento posterior do setor público, mas disse que agora se está perto de chegar à "normalidade" em relação ao endividamento.

O governante reconheceu que o crescimento econômico precisa de um "impulso" para gerar emprego e que são necessários mais esforços para continuar fazendo reformas.

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