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WikiLeaks: filho de Kadafi recebia participação de jazida

Documentos vazados pelo site mostram que Seif Al-Islam tinha interesse em uma jazida petrolífera explorada pelo grupo francês Total

O filho do líder líbio, Saif Kadafi: participação nas jazidas (Getty Images)

O filho do líder líbio, Saif Kadafi: participação nas jazidas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2011 às 18h14.

Oslo - Seif Al-Islam, um dos filhos do dirigente líbio, Muamar Kadafi, tem interesses em uma jazida petrolífera explorada pelo grupo francês Total, segundo uma nota diplomática americana obtida pelo site WikiLeaks e publicada nesta quinta-feira pelo jornal norueguês Aftenposten.

Em telegrama de 4 de junho de 2009, a embaixada dos Estados Unidos em Trípoli falou de um acordo entre o consórcio formado pela Total e o alemão Wintershall de um lado, e o grupo petroleiro estatal líbio NOC de outro, com vistas a dar a ele uma participação crescente em duas jazidas, uma em Mabruk e outra em Al Jurf.

"Um corolário potencialmente interessante é que Al Jurf é, aparentemente, um campo no qual Seif Al-Islam (...) obtém regularmente direitos de bombeamento, que vende para financiar diferentes atividades", pode-se ler em um telegrama divulgado pelo Wikileaks, publicado pelo jornal Aftenposten em sua página na internet.

Embora desconheça se este direito procedia da quota do NOC ou dos sócios estrangeiros, a embaixada acrescentou que a redistribuição poderia socavar os meios financeiros a disposição de Seif Al Islam, então considerado um reformista na Líbia.

"Seif tem relações estreitas com as personalidades francesas importantes do mundo político e de negócios", indicou o telegrama.

"Se sua parte procede da Total (que acabava de ser reduzida, ndr), poderia ver seus direitos de bombeamento reduzidos e registrar uma baixa equivalente em sua conta no banco", acrescentou a nota.

Segundo o site na internet da Total, a produção de petróleo no acampamento de Al Jurf era de 31.000 barris equivalentes de petróleo diários em 2009.

Aftenposten, jornal de referência na Noruega, diz ter obtido no ano passado de forma confidencial a totalidade dos 250.000 documentos diplomáticos em posse do WikiLeaks.

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