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Trump autoriza militares a responder ataque atribuído a milícia pró-Irã

Os Estados Unidos culpam "grupos armados xiitas pró-iranianos" pelo ataque à base que abrigava soldados norte-americanos

Militares: base iraniana que mantinha soldados americanos foi ataque (Michael Davis / EyeEm/Getty Images)

Militares: base iraniana que mantinha soldados americanos foi ataque (Michael Davis / EyeEm/Getty Images)

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AFP

Publicado em 12 de março de 2020 às 20h10.

Última atualização em 12 de março de 2020 às 20h23.

Nesta quinta-feira, Washington ameaçou milícias pró-iranianas com medidas de retaliação após a morte de dois soldados americanos em um ataque com foguete contra uma base da coalizão internacional anti-jihadista no Iraque.

"Todas as opções estão sobre a mesa enquanto trabalhamos com nossos aliados para punir os culpados", disse o secretário da Defesa, Mark Esper, nesta, culpando o ataque de quarta-feira a "grupos armados xiitas pró-iranianos" que ele não identificou.

Esper afirmou que falou na véspera com o presidente Donald Trump, que lhe deu "a autorização para fazer o que precisa ser feito".

Por sua parte, o general americano Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto, disse que 30 foguetes foram disparados na noite de quarta-feira na base de Taji, 18 dos quais atingiram a instalação.

Dois militares dos Estados Unidos e um soldado britânico morreram no ataque, enquanto outros 14 membros da coalizão ficaram feridos, cinco dos quais estavam em estado grave, disse Milley.

Nenhum grupo reivindicou os 22 ataques contra interesses americanos no Iraque desde o final de outubro, mas Washington os atribui a facções iraquianas pró-Irã. Com frequência, estes grupos prometem "vingar" seu líder, assassinado por Washington junto com general iraniano Qassem Soleiman.

Mas Washington costuma atribuir esse tipo de ataque às facções iraquianas pró-iranianas que prometem regularmente "vingar" seu líder.

Nesta quinta-feira, as brigadas do Hezbollah, uma das facções pró-Irã mais radicais do Iraque, elogiaram "aqueles que realizaram essa operação contra as forças de ocupação dos Estados Unidos", sem reivindicá-la, mas pedindo mais ataques como esse.

Questionado no Congresso na quinta-feira, o general Kenneth McKenzie, chefe do comando militar centro-americano (Centcom), que cobre o Iraque e a Síria, lembrou que os Estados Unidos enviaram mais de 10.000 soldados para a região como reforço após a morte do general Soleimani.

E alertou que esses reforços serão necessários à medida que o governo Trump implementa sua política de "pressão máxima" contra o Irã, que combina isolamento diplomático e sanções econômicas.

"No futuro, o objetivo do Centcom é mobilizar forças suficientes na região para alcançar um estado permanente de dissuasão contra o Irã e se adaptar às futuras ameaças iranianas", acrescentou.

- "Máxima moderação" -

Horas depois desse ataque com foguetes no Iraque, "dez explosões" forma registradas numa área ao sul da cidade síria de Bukamal, na fronteira com o Iraque, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Pelo menos "26 combatentes iraquianos" do Hachd al Shaabi, um grupo de paramilitares iraquianos pró-iranianos agora integrados ao estado iraquiano, foram mortos, segundo a mesma fonte.

O líder dessa milícia, Abu Mahdi al-Muhandis, foi morto ao mesmo tempo que o poderoso Soleimani por um ataque de drone americano a Bagdá no início de janeiro.

Mas desta vez, um porta-voz da coalizão anti-jihadista, liderada por Washington, disse à AFP que nem a coalizão nem a força aérea dos EUA agiram na noite de quarta-feira contra combatentes pró-iranianos na fronteira Síria-Iraque.

No final de 2019, os bombardeios aéreos americanos na fronteira entre Síria e Iraque deixaram 25 rebeldes mortos, numa retaliação pela morte de um funcionário terceirizado dos Estados Unidos num ataque a uma base no norte do país.

Liderado pelo primeiro-ministro demissionário Adel Abdel Mahdi, o comando militar iraquiano denunciou o ataque contra a coalizão, afirmando se tratar de um "desafio de segurança muito perigoso".

O presidente do Iraque, Barham Saleh, e o presidente do Parlamento, Mohamed al-Halbusi, também condenaram a ofensiva.

Já a missão da ONU no Iraque fez um apelo à "máxima moderação", afirmando que "o risco de atos criminosos de grupos armados é uma preocupação permanente" no Iraque, que "não precisa se transformar em uma arena para as vinganças e para as batalhas originadas em outros lugares".

As autoridades iraquianas se encontram em uma posição incômoda frente à coalizão. Continuam realizando operações com suas tropas contra os extremistas, mas o Parlamento aprovou, recentemente, a expulsão do país dos 5.200 soldados americanos estacionados no território. Agora, o governo deve fazer cumprir esta decisão.

E apesar do fato da coalizão ter anunciado que suspenderia suas atividades no Iraque devido às tensões entre Teerã e Washington, no domingo, novamente perdeu dois militares, ambos americanos, em combate contra jihadistas no norte do Iraque.

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