"Vocês não viram nada ainda", diz Greta Thunberg antes de Davos
A ativista sueca Greta Thunberg e outros manifestantes pelo clima vão participar do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça
Reuters
Publicado em 17 de janeiro de 2020 às 15h33.
Última atualização em 17 de janeiro de 2020 às 16h59.
A ativista sueca Greta Thunberg e uma multidão de cerca de 10.000 manifestantes marcharam na cidade suíça de Lausanne, nesta sexta-feira, antes de muitos deles irem a Davos na próxima semana para desafiar líderes políticos e empresariais a combater a crise climática.
A jovem de 17 anos, que lançou o movimento #FridaysforFuture, que provocou protestos globais contra as mudanças climáticas, denunciou a falta de ação dos governos para cortar as emissões de causadores do aquecimento global, antes que seja tarde demais.
"Então, estamos agora em um ano novo e entramos em uma nova década e, até agora, durante essa década, não vimos nenhum sinal de que uma ação climática real esteja chegando e que é preciso mudar", disse Greta Thunberg em discurso em Lausanne.
"Para os líderes mundiais e os que estão no poder, gostaria de dizer que vocês ainda não viram nada... E essa é a mensagem que levaremos ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na próxima semana." Os manifestantes seguravam cartazes com dizeres como: "Acorde e cheire os incêndios florestais" e "É tarde, mas não é tarde demais."
Centenas de ativistas tomarão trens no fim de semana e depois marcharão para Klosters, perto de Davos. Greta Thunberg vai participar pelo segundo ano consecutivo do encontro, e participará de dois eventos.
Os riscos criados pela mudança climática e pela destruição ambiental estão no topo da agenda dos formuladores de decisões que se preparam para ir à reunião de 2020 da elite mundial em Davos, nas montanhas suíças, segundo uma pesquisa anual feita pelos organizadores do evento.
O encontro deste ano acontece no contexto de alguns dos piores incêndios florestais da Austrália. Embora o governo tenha evitado estabelecer um vínculo com a mudança climática, os incêndios reforçaram a preocupação pública sobre o aquecimento do planeta.
O ano passado foi o segundo mais quente da Terra desde o início dos registros, e o mundo deveria se preparar para eventos climáticos mais extremos, como os incêndios florestais que assolam grande parte da Austrália, informou nesta semana a Organização Meteorológica Mundial (OMM) das Nações Unidas.
"Somos... uma aliança que está se organizando na próxima semana em 20 países para dizer: 'o tempo acabou' para o Fórum Econômico Mundial em Davos", disse o ativista queniano Njoki Njoroge Njehu à multidão em Lausanne.