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Liberais vencem eleições no Canadá. E a maconha também

País pode se tornar o primeiro desenvolvido a regulamentar todo o ciclo da maconha, tal qual foi feito no Uruguai em 2013. Será que isso vai acontecer?

Maconha: vitória do partido liberal no Canadá abre portas para a legalização da droga (OpenRangeStock)

Gabriela Ruic

Publicado em 5 de novembro de 2015 às 16h09.

São Paulo – Nesta semana, o mundo acordou com a notícia de que Justin Trudeau será o novo primeiro-ministro do Canadá. Depois de dez anos nas mãos de um governo conservador, o país será agora liderado pelos liberais. E uma das principais mudanças que podem acontecer em solo canadense daqui para frente é a legalização da maconha .

“Vamos legalizar, regular e restringir o acesso à maconha”. É essa a posição oficial do partido liberal de Trudeau. Se isso acontecer, o Canadá irá se tornar o primeiro país desenvolvido a legalizar todo o ciclo dessa droga, tal qual o que foi feito no Uruguai em 2013.

Como é hoje?

Um levantamento recente do Ministério da Justiça do Brasil, o qual EXAME.com teve acesso, montou um retrato sobre como o Canadá (e outros 46 países) lida com o assunto e mostrou que o sistema canadense não descriminalizou o uso e o porte de drogas para uso pessoal, mas estabeleceu um limite de 30 gramas para distinguir o que é tráfico e o que é uso recreativo.

E aí, funciona?

Na visão dos liberais, esse sistema age de maneira totalmente equivocada, já que não previne os jovens de usarem a maconha, impacta no número de pessoas que acabam no sistema criminal do país pelo porte de pequenas quantidades dessa droga e contribui com o crime organizado, uma vez que o dinheiro desse mercado é usado no financiamento de atividades ilícitas.

A ideia, portanto, é a de que o consumo e a posse de maconha sejam retirados do Código Penal, implementando leis que prevejam punições para aqueles que venham a oferecer a droga para menores de idade, que conduzam automóveis sob a sua influência ou que a comercializem em desacordo com as regulamentações.

A Associação de Chefes de Polícia do Canadá se manifesta em prol da descriminalização, já que considera que as únicas opções que os policiais têm hoje ao se deparar com alguém portando maconha é fingir que nada aconteceu ou seguir em frente com a denúncia e o longo caminho judicial.

Mas e agora?

Bom, Trudeau venceu e havia prometido lançar o debate sobre o assunto aos olhos do público “imediatamente”, informa o jornal canadense National Post. Contudo, continuou a publicação, o novo primeiro-ministro não ofereceu qualquer previsão de quando, efetivamente, essa legalização irá acontecer.

Quem ganha com isso?

Imediatamente? As empresas canadenses que produzem a droga, como mostra o jornal britânico The Guardian. De acordo com o veículo, a notícia da vitória de Trudeau foi positiva para as ações dessas companhias. Uma delas, a Canopy Growth, viu seus papeis atingirem 21% de valorização no pregão desta terça-feira.

No longo prazo, há controvérsias. Globalmente falando, especialistas enxergam a legalização com bons olhos. Um deles é o Professor Jeffrey Miron, do Departamento de Economia da Universidade de Harvard.

Em entrevista recente a EXAME.com, ele avaliou que a legalização das drogas (e ele defende a de todas) traz ganhos para todos os lados. Para Miron, “a legalização significa menos violência, menos gastos do governo e a abertura de uma nova fonte de taxação”.

Já entre os que se posicionam contra a legalização e descriminalização no Canadá, o principal argumento está relacionado à saúde pública. E seus maiores defensores são os conservadores, que até ontem eram os líderes do governo, como o ex-primeiro ministro Stephen Harper e a ministra da Saúde Rona Ambrose.

Harper crê que a mera flexibilização das leis reverteria o declínio no número de usuários de maconha no país e a deixaria mais acessível às crianças, enquanto Rona se preocupa com os efeitos dessa droga para o desenvolvimento do cérebro dos adolescentes.

Efeitos práticos?

Os reflexos dessa possível legalização serão diversos. O site americano Vox, por exemplo, analisa que essa seria uma das mais agressivas rejeições da chamada “Guerra às Drogas”, campanha de combate às drogas e ao crime organizado iniciada pelos Estados Unidos nos anos 70 e que já custou ao país mais de um trilhão de dólares.

E isso será ainda mais delicado uma vez que muitos dos tratados internacionais sobre drogas, e que fazem parte dessa iniciativa, devem ser reavaliados no ano que vem pela ONU.

Veja também

São Paulo – A discussão sobre a descriminalização da posse de drogas para uso pessoal no Brasil ganhou novos contornos nesta semana, quando entrou em pauta no Supremo Tribunal Federal ( STF ) o julgamento de um recurso que pode mudar a forma como o país lida com esse assunto. O cenário atual é de descriminalização do uso e a despenalização do porte de drogas para uso pessoal. No entanto, não há critérios objetivos para distinguir o que é tráfico e o que é consumo. Nesses casos, a decisão é dos juízes. Para especialistas, a posição a ser tomada pela suprema corte não deve ser unânime. Emílio Nabas, advogado e colaborador do Growroom, um grupo de ativistas envolvidos no debate da legalização da maconha , crê que este julgamento colocará o país em um novo patamar e caberá ao poder público e também à sociedade definir qual será esse rumo. Se no Brasil a discussão está longe de chegar a uma conclusão objetiva, pelo mundo a situação não é diferente. O Uruguai , por exemplo, é o único país do planeta que descriminalizou todo o ciclo da maconha. Já nos Estados Unidos , apenas alguns estados embarcaram em estratégias semelhantes. EXAME.com teve acesso a um levantamento da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), ligada ao Ministério da Justiça,que foi produzido em julho de 2015 e que mostra o panorama atual das leis de drogas em 47 países da América Latina e Europa , incluindo os EUA e o Canadá . Para tanto, foram usadas informações de entidades internacionais ligadas ao estudo desse assunto e que revelaram que 41% dos países analisados descriminalizaram o porte de drogas para uso pessoal, enquanto que quase metade deles consideram esse ato um crime.  O estudo mostra particularidades legais de cada local e é um interessante retrato sobre como são tratados o uso e o porte de drogas para consumo pessoal em países de culturas e tamanhos totalmente diferentes. Veja nas imagens.
  • 2. América do Sul

    2 /52(Dolphinphoto/ThinkStock)

  • Confira como é a situação nos países da América do Sul a seguir.
  • 3. Argentina

    3 /52(City Climate Leadership)

    A situação na Argentina é um pouco complicada. Apesar de existir uma lei que criminaliza o uso, a Suprema Corte do país considerou esta disposição inconstitucional em 2009. O entendimento que vigora hoje é que tanto o uso quanto o porte de drogas para uso pessoal são descriminalizados. Não existe um critério objetivo, em termos de quantidade de drogas, que faça distinção entre traficantes e usuários. Mas em sua decisão, a Suprema Corte definiu que a posse para uso pessoal é aquela em pequenas quantidades e deixa nas mãos do juiz esta análise e de outras circunstâncias, caso a caso.
  • 4. Bolívia

    4 /52(Friedman Rudovsky/Bloomberg)

    O uso e o porte de drogas para uso pessoal são descriminalizados, mas a lei prevê a internação compulsória dos consumidores. A Bolívia não fixou quantidades que façam a distinção entre traficantes e usuários. Tal diferenciação, explicou o relatório, é feita com o auxílio de um especialista em saúde pública.
  • 5. Chile

    5 /52(Thinkstock/tifonimages)

    Em solo chileno, o uso e o porte de drogas para uso pessoal são descriminalizados, mas vistos como infração. O consumo em público ou em ambientes privados são punidos com medidas socioeducativas que podem ser ainda associadas a sanções administrativas. Não há critérios objetivos para a diferenciação entre traficantes e usuários e tal avaliação dependerá da interpretação do juiz.
  • 6. Colômbia

    6 /52(Thinkstock/Gary Tognoni)

    Na Colômbia, o uso e o porte de drogas para uso pessoal são descriminalizados. Há uma proibição constitucional, mas uma decisão da Suprema Corte do país considerou que tal proibição não implica na criminalização para casos de uso pessoal. Na contramão de seus irmãos sul-americanos, a Colômbia adota critérios objetivos para determinar quem é traficante e quem é usuário. De acordo com o relatório, isso acontece a partir da análise da quantidade de drogas apreendidas da sua natureza. A quantidade máxima para que o porte seja visto como para uso pessoal é de 20 gramas para maconha. Plantações de maconha com até 20 mudas ainda são consideradas como uso pessoal, mas se for detectada a intenção de venda, perderá essa característica.
  • 7. Equador

    7 /52(Thinkstock/demarfa)

    No Equador, o uso e a posse de drogas para uso pessoal são descriminalizados, desde que sejam respeitados os limites de quantidade determinados em lei. Para maconha, a quantidade máxima é de 10 gramas. O relatório lembra que tal determinação é uma inovação recente nas leis equatorianas e que veio à tona em uma reforma de 2013.
  • 8. Paraguai

    8 /52(Motorway065/Wikimedia Commons)

    O uso e a posse de drogas para uso pessoal são descriminalizados, desde que sejam respeitados os limites impostos pela lei. No que diz respeito à maconha, a quantidade máxima para uso pessoal é de 10 gramas. A lei não deixa clara qual seria a quantidade máxima para casos médicos, mas alerta: se a quantidade em mãos for maior que aquela receitada pelo médico, a situação muda de figura e o infrator poderá passar de dois a quatro anos na cadeia.
  • 9. Peru

    9 /52(Thinkstock/Maria Pavlova)

    Também no Peru o uso e a posse de drogas para uso pessoal são descriminalizados, desde que sejam respeitados os limites impostos pela lei. Em circunstâncias nas quais o usuário possa vir a representar um risco para a comunidade, a internação e tratamento compulsórios podem ser discutidos. O limite máximo de maconha para uso pessoal é de 8 gramas e é proibido plantar.
  • 10. Uruguai

    10 /52(Thinkstock)

    Primeiro país do planeta a regulamentar todo o ciclo da maconha, o Uruguai descriminaliza o uso e a posse de drogas para uso pessoal. Não há limites para distinção de usuários e traficantes de maconha, mas a lei estabelece que a quantidade máxima de maconha que uma pessoa pode portar por mês e para uso pessoal é de 40 gramas.
  • 11. Venezuela

    11 /52(Ruurmo/Flickr/CreativeCommons)

    O uso e o porte de drogas para uso pessoal não são descriminalizados, mas sim despenalizados. Na prática, isso significa que não há penas de prisão, mas medidas de segurança como a internação obrigatória e a expulsão do país no caso de estrangeiros. Para o porte ser caracterizado como uso pessoal, é necessário respeitar o limite de 20 gramas de maconha.
  • 12. América Central, Caribe e América do Norte

    12 /52(Wikimedia Commons)

    Confira como é a situação nos países da América Central, Caribe e América do Norte a seguir
  • 13. Costa Rica

    13 /52(CC / Arturo Sotillo / Flickr.com/whappen)

    Na Costa Rica tanto o uso quanto o porte de drogas para uso pessoal são descriminalizados. Não há critérios objetivos de quantidades que diferenciem o traficante do usuário, mas a jurisprudência está se consolidando: uma decisão mencionada pelo relatório absolveu pessoas acusadas de portarem 200 gramas de maconha por considerar que tal quantidade seria destinada ao uso pessoal.
  • 14. El Salvador

    14 /52(rapidtravelchai/Creative Commons)

    Neste que é considerado um dos países mais violentos do mundo, tanto o uso quanto o porte de drogas para uso pessoal não são descriminalizados. Uma reforma no sistema penal realizada em 2013 reduziu as penas nestes casos e há um limite de quantidade para que o caso seja encarado como uso pessoal. No caso da maconha, esse limite é de 2 gramas.
  • 15. Guatemala

    15 /52(Wikimedia Commons)

    Assim como em El Salvador, na Guatemala o uso e o porte de drogas para uso pessoal não são descriminalizados. A distinção de quem é traficante e quem é usuário fica nas mãos do juiz e não há critérios objetivos para tanto.
  • 16. Honduras

    16 /52(Wikimedia Commons)

    No país mais violento do planeta, o uso e o porte de drogas para uso pessoal não são considerados crimes. Segundo o relatório, o consumidor pode ser internado compulsoriamente por até 30 dias e deve pagar uma multa. No caso de reincidência, tanto o período de internação quanto o valor da multa sofrerão aumentos. Não há critérios objetivos para diferenciar usuários e traficantes e fica nas mãos de um médico legista a decisão sobre se a quantidade portada por uma pessoa pode ser considerada como para uso pessoal ou não.
  • 17. Jamaica

    17 /52(Mel Stoutensberg/Flickr/CreativeCommons)

    Na Jamaica, o uso e o porte para uso pessoal são descriminalizados apenas para a maconha, mas sanções administrativas podem ser aplicadas. A quantidade máxima que pode ser portada para fins de consumo pessoal é de aproximadamente 57 gramas.
  • 18. Belize

    18 /52(Wikimedia Commons)

    Uso e porte de drogas para uso pessoal não são descriminalizados. A quantidade que definirá se uma pessoa é traficante ou consumidor é de 6 gramas para a maconha. Contudo, lembra o relatório, a lei do país prevê que quantidades maiores podem ser consideradas para uso pessoal dependendo das circunstâncias.
  • 19. Canadá

    19 /52(Jani_Autio/Thinkstock)

    Uso e porte de drogas para uso pessoal não são descriminalizados e há uma lei que traça categorias objetivas para distinguir o que é tráfico e o que é uso pessoal de maconha, cujo limite é de até 30 gramas. Para estes casos, a pena é de até seis meses de prisão e mais mil dólares de multa.
  • 20. Estados Unidos

    20 /52(ventdusud/Thinkstock)

    O relatório lembra que nos EUA, uma lei federal traz algumas diretrizes, mas fica nas mãos de cada estado a formulação de legislações sobre o tema. Há estados que já descriminalizaram o uso de algumas drogas e que já até regulam o mercado desta substância para uso recreativo.
  • 21. México

    21 /52(Thinkstock)

    O uso e o porte de drogas para uso pessoal são descriminalizados, desde que não seja ultrapassado o limite imposto por lei e que é de 5 gramas para maconha. Ademais, há que se analisar o peso e a natureza da droga para determinar quem é traficante e quem é usuário.
  • 22. Europa

    22 /52(Thinkstock)

    Confira como é a situação nos países da Europa a seguir
  • 23. Áustria

    23 /52(Kevin Poh/Flickr/Creative Commons)

    De acordo com o relatório, o uso não é uma conduta prevista em lei, mas a posse de drogas para uso pessoal não é descriminalizada. No caso de pequenas quantidades, o consumidor pode ser condenado a até seis meses de prisão ou a sanções administrativas. O promotor tem a liberdade de arquivar os casos dependendo das circunstâncias e do parecer de alguma autoridade ligada à saúde. O critério que diferencia traficante de usuário leva em conta a quantidade de droga, a frequência do uso, a existência de dependência e também a natureza da substância. A quantidade máxima considerada como uso pessoal é de 2 gramas para a maconha.
  • 24. Alemanha

    24 /52(Thinkstock)

    O uso é descriminalizado e o porte de drogas para uso pessoal, apesar de não ser explicitamente descriminalizado, pode não ser alvo de processo dependendo da posição do promotor e da Corte. Não há previsões de punições para estes casos. A diferenciação entre traficantes e usuários varia de acordo com o estado. Dentre os critérios mencionados pelo relatório estão os limites fixados por decisões judiciais. A quantidade máxima para uso pessoal também varia de acordo com o local, mas está fixada em entre 6 e 15 gramas de maconha.
  • 25. Bélgica

    25 /52(Strange Luke/Flickr/Creative Commons)

    O uso é descriminalizado e o porte para uso pessoal é descriminalizado apenas no caso da maconha. Para o uso pessoal, o consumidor pode ter de arcar com uma multa e, se reincidir, pode passar até 3 meses na prisão. A quantidade máxima que caracteriza uso pessoal é de 3 gramas de maconha ou 1 planta.
  • 26. Bulgária

    26 /52(Kyle Taylor/Creative Commons)

    O uso é descriminalizado, mas pode ser alvo de sanção administrativa. A posse para uso pessoal não é descriminalizada e a pena pode variar entre um e seis anos de prisão para drogas vistas como “maior risco” e de um a cinco para aquelas consideradas como “risco moderado”.
  • 27. Chipre

    27 /52(REUTERS/Yorgos Karahalis)

    O uso e o porte de drogas para uso pessoal não são descriminalizados. A pena dependerá da quantidade de droga em análise e também da natureza da substância. A posse daquelas consideradas “mais fortes” pode ser punível com prisão perpétua. Há exceções previstas para os casos nos quais a dependência ficar comprovada e a quantidade máxima que caracteriza uso pessoal é de até 30 gramas de maconha.
  • 28. Croácia

    28 /52(Enjosmith/Flickr/Creative Commons)

    Na Croácia, o uso em público é proibido e passível de multa e o porte de drogas para uso pessoal não é descriminalizado. Multas para estes casos podem chegar a até 14 mil euros. A lei que regula o tema não prevê critérios objetivos de quantidade de drogas para distinguir traficantes e usuários, mas considera se há, ou não, a intenção de vender a substância. Casos de dependência são vistos como exceções.
  • 29. Dinamarca

    29 /52(Nelson L/Flickr/Creative Commons)

    O uso não é uma conduta prevista em lei, mas o porte de drogas para uso pessoal não é descriminalizado. O porte de até 10 gramas de maconha é geralmente punível com multa. Dentre os critérios estabelecidos para diferenciar quem será julgado pelo código criminal do país está a quantidade de droga em questão. No caso da maconha, o limite de posse para uso pessoal é de até 10 quilos.
  • 30. Eslováquia

    30 /52(Kamil Rejczyk/Flickr/Creative Commons)

    O uso é descriminalizado, mas o porte para uso pessoal não. A quantidade de droga que determinará que seu porte possa ser visto como para uso pessoal será avaliada caso a caso e por um especialista.
  • 31. Eslovênia

    31 /52(Mirci/Flickr/CreativeCommons)

    Na Eslovênia, o uso e o porte de drogas para consumo pessoal são descriminalizados. O porte pode ser encarado como uma infração não penal punível com multa de até 648 euros ou até cinco dias de prisão. O país não conta com critérios objetivos de distinção entre traficantes e consumidores.
  • 32. Espanha

    32 /52(Thinkstock/frederic prochasson)

    O uso e o porte de drogas para consumo pessoal são descriminalizados. A posse é passível de sanções administrativas que podem resultar em multa de até 30 mil euros e a suspensão da carteira de motorista. A jurisprudência espanhola determina que o critério que distingue um traficante de um usuário leva em conta que a quantidade para uso pessoal não ultrapasse cinco doses diárias da droga. Para a maconha, a quantidade máxima vista como para uso pessoal é de 5 gramas.
  • 33. Estônia

    33 /52(Steve Jurvetson/Flickr/Creative Commons)

    O uso não é uma conduta prevista em lei e o porte para uso pessoal é descriminalizado. De acordo com o relatório, ambos são punidos apenas com sanções administrativas. Não há critérios para separar quem é traficante de quem é usuário. Em geral, mostrou a análise, considera-se como uso pessoal o máximo de até 10 vezes a dose de um usuário médio. Para determinar quanto seria isso, o país confia na jurisprudência e também em especialistas que irão avaliar caso a caso. Se ficar detectada a intenção de venda, independente da quantidade de substâncias em questão, o caso será tratado como tráfico.
  • 34. Finlândia

    34 /52(Thinkstock)

    Na Finlândia, nem o uso e nem o porte de drogas para uso pessoal são descriminalizados e pessoas que incorrerem nestes crimes podem ter de enfrentar seis meses de prisão. A distinção entre traficantes e usuários é feita com base na análise da quantidade de droga apreendida e a sua natureza. O máximo de maconha que se pode portar para que seja considerado para uso pessoal é de 15 gramas.
  • 35. França

    35 /52(Franck Fife/AFP)

    Assim como na Finlândia, o uso e o porte de drogas para uso pessoal não são descriminalizados e podem ser penalizados com até um ano de prisão e multa que pode chegar a 3.750 euros. O país não distingue porte para uso pessoal de tráfico.
  • 36. Grécia

    36 /52(Gargolas/Thinkstock)

    Os gregos tampouco descriminalizaram o uso e o porte de drogas para uso pessoal. A posse é punida com um ano de prisão e multa, mas o uso não é registrado como crime desde que a pessoa não cometa um delito num período de cinco anos. Quem comprovar ser dependente químico da substância em questão será internado para tratamento. Para determinar quem é traficante e quem é usuário são avaliados quesitos como a quantidade de droga apreendida e a sua natureza. A quantidade máxima de maconha que uma pessoa pode carregar para que seja considerado para uso pessoal é até 20 gramas.
  • 37. Hungria

    37 /52(Heinz Albers/Creative Commons)

    Na Hungria, o uso e a posse de drogas para uso pessoal não são descriminalizados, tampouco há distinção entre um e outro. Pequenas quantidades podem ser punidas com até dois anos de prisão, mas esta punição pode ser substituída por outras medidas de acordo com o caso. O fator principal que distingue um traficante de um consumidor é a intenção da venda.
  • 38. Irlanda

    38 /52(Giuseppe Millo/Flickr/Creative Commons)

    O uso de drogas na Irlanda é descriminalizando, desde que a substância em questão não seja ópio. O porte de drogas para consumo próprio tampouco é descriminalizado, mas é visto como ofensa. Se a droga em questão for maconha, a lei confere um tratamento mais leve ao ofensor. De acordo com o relatório, para determinar quem é traficante e consumidor são avaliados o tipo de droga e a reincidência na ofensa.
  • 39. Itália

    39 /52(Moyan Brenn/Flickr/Creative Commons)

    O uso não consta na lei e o porte de drogas para uso pessoal é descriminalizado, mas punível com sanções administrativas. A distinção legal entre traficante e consumidor é feita com base no peso e natureza da droga em questão.
  • 40. Letônia

    40 /52(Wikimedia Commons)

    Assim como na Itália, o uso de drogas na Letônia não consta na lei penal e o porte de drogas para uso pessoal foi descriminalizado, mas é passível de punição administrativa que pode variar de 15 dias a até 2 anos de prisão. No país, o critério usado para distinguir traficantes e consumidores é o peso e a natureza da droga apreendida. A quantidade máxima que ainda é considerada como para uso pessoal, no caso da maconha, é de até 5 gramas.
  • 41. Lituânia

    41 /52(FMira/Flickr/CreativeCommons)

    Na Lituânia, tanto o uso quanto o porte de drogas para uso pessoal são descriminalizados, mas podem ser penalizados com sanções administrativas desde que não seja detectada a intenção de venda. Por lá, a lei usa critérios como quantidade de droga e natureza da substância para determinar se tratar de um traficante ou consumidor. A quantidade máxima de maconha que pode ser portada para que o uso pessoal se caracterize é de 5 gramas.
  • 42. Luxemburgo

    42 /52(WolfgangStaudt/Flickr/Creative Commons)

    O uso e o porte são descriminalizados apenas nos casos que envolvem maconha, mas são passíveis de multa. Não há critérios objetivos que definam tráfico e consumo pessoal.
  • 43. Malta

    43 /52(Briangotts / Wikimedia Commons)

    O uso de drogas não é visto como crime (com exceção do ópio), mas o porte de drogas para uso pessoal não é descriminalizado e é punível com penas de até 12 meses de prisão e multa. A quantidade de droga é o fator principal a ser analisado na hora de distinguir traficantes e consumidores. O limite máximo de maconha é de até 300 gramas.
  • 44. Noruega

    44 /52(Jarle Refsnes/Flickr/Creative Commons)

    O uso e o porte de drogas para uso pessoal não são descriminalizados no país. O porte pode ser punido com até seis meses de prisão. Agora, se a droga for encontrada estocada, é considerado que há a intenção de venda. Neste caso, a pena pode ser de até dois anos se a quantidade encontrada for pequena (máximo 15 gramas no caso da maconha).
  • 45. Holanda

    45 /52(AndreyKrav / ThinkStock)

    Uso e porte de drogas para uso pessoal são descriminalizados. Para se apurar se o caso é de tráfico ou consumo pessoal, as autoridades levam em conta a o peso e a natureza da droga. O máximo estabelecido para maconha é de 5 gramas ou 5 plantas.
  • 46. Polônia

    46 /52(jacek_kadaj/Thinkstock)

    O uso não consta na lei e o porte de drogas para uso pessoal não é descriminalizado. Nestes casos, a pena é de até um ano de limitações à liberdade e multa. A lei polonesa não distingue usuário de traficante, mas há um entendimento de que tal diferenciação seja feita de acordo com a prática judicial.
  • 47. Portugal

    47 /52(Zoonar / homydesign / ThinkStock)

    Em Portugal, o uso e o porte de drogas para uso pessoal são descriminalizados, mas puníveis com sanções administrativas. De acordo com a lei local, é a quantidade de droga apreendida que irá determinar se o caso é de uso pessoal ou tráfico. Quando o assunto é maconha, para que o seu porte seja visto com caráter de consumo, a quantidade não deve ultrapassar a marca de 25 gramas.
  • 48. Reino Unido

    48 /52(Thinkstock)

    O uso de drogas é passível de sanção administrativa (com exceção do uso de ópio, que ainda é crime) e o porte de drogas para consumo próprio não é descriminalizado. No caso do Reino Unido, as penalidades dependem de uma série de variantes. Se a droga é considerada como forte, a pena pelo porte para uso pessoal pode ser de até sete anos. A distinção entre traficantes e consumidores é feita com base na análise da natureza da droga, a quantidade apreendida, as circunstâncias e a pureza.
  • 49. República Tcheca

    49 /52(Thinkstock)

    No país, tanto o uso quanto o porte de drogas para uso pessoal são descriminalizados, mas puníveis com sanções administrativas. O peso, a natureza e a pureza da droga apreendida são os fatores usados pelas autoridades para diferenciar traficantes e consumidores.
  • 50. Romênia

    50 /52(Cristian Bortes/Creative Commons)

    O uso de drogas é proibido no país, mas, segundo levantado pelo relatório, o sistema penal romeno não prevê penas para este tipo de conduta e há apenas menções ao tratamento voluntário. O porte de drogas para consumo pessoal não é descriminalizado e as penas variam de três meses até dois anos para drogas de baixo risco.
  • 51. Suécia

    51 /52(Edward Stojakovic/Flickr/Creative Commons)

    Na Suécia, o uso não é descriminalizado, mas é visto como infração de menor relevância. Já o porte de drogas para uso pessoal é considerado um crime de menor potencial ofensivo, nota o relatório. As penas variam entre seis meses e até seis anos de prisão e é a jurisprudência a responsável por delimitar os critérios de distinção entre tráfico e consumidor. Dentre os principais estão o peso e a natureza da droga apreendida.
  • 52. Agora veja os países que mais cooperam positivamente com o planeta

    52 /52(Top Photo/ThinkStock)

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