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Violência se intensifica na dividida Venezuela

Desde que os protestos se tornaram violentos, pelo menos cinco pessoas morreram em incidentes diretamente relacionados à violência

Apoiadores do opositor Leopoldo Lopez durante manifestação contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, em uma área de classe média de Caracas (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2014 às 17h09.

Caracas - As forças de segurança enfrentaram manifestantes em ruas bloqueadas com barricadas em chamas em cidades venezuelanas nesta quinta-feira, segundo testemunhas, num aumento dos protestos contra o governo socialista do presidente Nicolás Maduro .

Desde que os protestos se tornaram violentos na semana passada, pelo menos cinco pessoas morreram em incidentes diretamente relacionados à violência, e outra morreu de causas naturais ao não poder chegar ao hospital por causa dos bloqueios nas ruas. Também há vários feridos e presos.

Os manifestantes, em boa parte estudantes, acusam o governo pela criminalidade, inflação alta, falta de produtos e suposta repressão a opositores.

No leste de Caracas durante a noite, forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e perseguiram jovens que atiravam coquetéis molotov e bloqueavam ruas com barricadas de lixo em chamas, segundo testemunhas.

Moradores de áreas de classe média fizeram barulho batendo em panelas, uma tradicional forma de protesto, e os manifestantes já estavam de volta às ruas no início desta quinta-feira.

"Eu me declaro em desobediência civil", dizia uma faixa nas ruas de Caracas.

Houve cenas semelhantes os Estados de Táchira e Mérida, no oeste do país. Na cidade de San Cristóbal, que alguns moradores descrevem como uma "zona de guerra", lojas permaneceram fechadas, enquanto estudantes e policiais se enfrentavam nas ruas nesta quinta-feira.


Com as TVs locais não cobrindo os distúrbios, os venezuelanos trocam informações e imagens pelo Twitter. Imagens falsificadas também estão circulando.

A tensão aumentou desde que o líder da oposição Leopoldo López, um economista de 42 anos formado em Harvard, se entregou às forças de segurança nesta semana. Ele está preso em Caracas, acusado de estimular a violência.

"A mudança depende de cada um de nós. Não desista", disse a mulher de López, Lilian Tintori, pelo Twitter.

Maduro, que venceu de forma apertada as eleições para substituir Hugo Chávez, que morreu de câncer no ano passado, afirmou que López e outros estão alinhados com os Estados Unidos e buscam um golpe de Estado.

A última vítima direta dos distúrbios foi uma universitária e miss de concurso de beleza. Génesis Carmona, de 22 anos, levou um tiro na cabeça durante um protesto na cidade de Valencia.

A TV estatal VTV disse que a mãe de um dos seus funcionários morreu na quarta-feira quando estava sendo levada a um hospital de Caracas. O canal disse que ela sofreu um ataque do coração, e a ambulância que a transportava ficou presa no trânsito devido ao bloqueio de ruas pela oposição.

"Não podemos subestimar esses grupos fascistas cujo o chefe está atrás das grades", afirmou Maduro num discurso no fim da quarta-feira. "Eu não estou brincando com a democracia. Não aceito que eles desafiem o povo da Venezuela e a nossa Constituição."

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Caracas - As forças de segurança enfrentaram manifestantes em ruas bloqueadas com barricadas em chamas em cidades venezuelanas nesta quinta-feira, segundo testemunhas, num aumento dos protestos contra o governo socialista do presidente Nicolás Maduro .

Desde que os protestos se tornaram violentos na semana passada, pelo menos cinco pessoas morreram em incidentes diretamente relacionados à violência, e outra morreu de causas naturais ao não poder chegar ao hospital por causa dos bloqueios nas ruas. Também há vários feridos e presos.

Os manifestantes, em boa parte estudantes, acusam o governo pela criminalidade, inflação alta, falta de produtos e suposta repressão a opositores.

No leste de Caracas durante a noite, forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e perseguiram jovens que atiravam coquetéis molotov e bloqueavam ruas com barricadas de lixo em chamas, segundo testemunhas.

Moradores de áreas de classe média fizeram barulho batendo em panelas, uma tradicional forma de protesto, e os manifestantes já estavam de volta às ruas no início desta quinta-feira.

"Eu me declaro em desobediência civil", dizia uma faixa nas ruas de Caracas.

Houve cenas semelhantes os Estados de Táchira e Mérida, no oeste do país. Na cidade de San Cristóbal, que alguns moradores descrevem como uma "zona de guerra", lojas permaneceram fechadas, enquanto estudantes e policiais se enfrentavam nas ruas nesta quinta-feira.


Com as TVs locais não cobrindo os distúrbios, os venezuelanos trocam informações e imagens pelo Twitter. Imagens falsificadas também estão circulando.

A tensão aumentou desde que o líder da oposição Leopoldo López, um economista de 42 anos formado em Harvard, se entregou às forças de segurança nesta semana. Ele está preso em Caracas, acusado de estimular a violência.

"A mudança depende de cada um de nós. Não desista", disse a mulher de López, Lilian Tintori, pelo Twitter.

Maduro, que venceu de forma apertada as eleições para substituir Hugo Chávez, que morreu de câncer no ano passado, afirmou que López e outros estão alinhados com os Estados Unidos e buscam um golpe de Estado.

A última vítima direta dos distúrbios foi uma universitária e miss de concurso de beleza. Génesis Carmona, de 22 anos, levou um tiro na cabeça durante um protesto na cidade de Valencia.

A TV estatal VTV disse que a mãe de um dos seus funcionários morreu na quarta-feira quando estava sendo levada a um hospital de Caracas. O canal disse que ela sofreu um ataque do coração, e a ambulância que a transportava ficou presa no trânsito devido ao bloqueio de ruas pela oposição.

"Não podemos subestimar esses grupos fascistas cujo o chefe está atrás das grades", afirmou Maduro num discurso no fim da quarta-feira. "Eu não estou brincando com a democracia. Não aceito que eles desafiem o povo da Venezuela e a nossa Constituição."

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