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Violência na Síria deixa mais de 60 mortos

As informações foram divulgadas pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres.

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2013 às 15h31.

Damasco - Pelo menos 21 pessoas morreram nesta quarta-feira em uma explosão no sul da Síria e outras 41 foram mortas em combates entre curdos e jihadistas na região norte do país.

As informações foram divulgadas pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres.

Enquanto isso, a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) indicou que seus inspetores realizaram verificações em 11 instalações declaradas por Damasco, no âmbito do acordo internacional para destruir o arsenal químico sírio.

Segundo o OSDH, a explosão registrada nesta quarta-feira aconteceu na província de Deraa, no sul do país, e entre as 21 vítimas fatais estão quatro crianças e seis mulheres.

O ataque aconteceu quando o grupo viajava em uma caminhonete para a localidade de Tal al-Jumua, que abriga um batalhão do exército "sitiado pelos rebeldes".

"Os insurgentes acusam as tropas do regime de terem colocado explosivos nas estradas", afirma uma nota da ONG.

No norte do país, combates entre curdos e membros do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL) e da Frente Al-Nosra, dois grupos jihadistas vinculados à Al-Qaeda, aconteceram em várias localidades da província rica em petróleo de Hasaka.


Há vários meses, os Comitês de Proteção do Povo (YPG, principal milícia curda na Síria) defendem seu território, de onde o exército se retirou, ante os grupos radicais que tentam assumir o controle da região, segundo o OSDH.

Em um conflito cada vez mais complexo, os grupos jihadistas lutam ao mesmo tempo contra o regime sírio, os outros rebeldes moderados e os curdos para controlar regiões e impor sua interpretação fundamentalista do islã.

Neste contexto, o governo dos Estados Unidos está tentando persuadir uma organização importante da oposição síria a mudar de opinião e participar nas negociações de paz.

O Conselho Nacional Sírio, principal grupo da Coalizão Nacional Síria, anunciou no fim de semana passado que não participará nas negociações previstas para novembro e que abandonaria a coalizão se o grupo comparecesse ao encontro.

"Aconteceram muitas idas e vindas neste processo. E isto não era inesperado, em consequência da situação instável no campo de batalha", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

"Mas continuamos pressionando a oposição para que esteja representada na conferência de Genebra", completou.

Georges Sabra, presidente do Conselho Nacional Sírio, afirmou no domingo à AFP que era impossível iniciar negociações pelo sofrimento do povo.

Nesta quarta-feira, dezenas de grupos rebeldes do sul da Síria rejeitaram a autoridade da Coalizão Nacional.


Quase 70 grupos rebeldes que lutam contra o exército do presidente Bashar al-Assad no sul do país afirmam em um vídeo que não reconheciam "nenhum grupo que pretenda representar-nos".

A chamada II Conferência de Paz de Genebra foi programada inicialmente para maio, mas depois adiada várias vezes por divergências dentro da oposição e disputas sobre os países que deveriam participar nas negociações.

As grandes potências esperam organizar a reunião em meados de novembro em Genebra e estabelecer um plano para a transição política na Síria.

Já a OPAQ, que na sexta-feira passada recebeu o Prêmio Nobel da Paz, informou ter inspecionado 11 instalações declaradas por Damasco e destruído equipamentos de produção em seis destas instalações.

"A missão da OPAQ realizou atividades de verificação em um total de 11 instalações identificadas na declaração síria" sobre seu arsenal químico, indicou, em um comunicado, a organização com sede em Haia.


Segundo ela, foram destruídos equipamentos essenciais em seis instalações, assim como armas de "categoria 3", ou seja, munições que não estavam prontas para serem utilizadas.

Também nesta quarta-feira, a ONU nomeou a funcionária holandesa Sigrid Kaag como chefe da missão internacional que se encarregará de erradicar as armas químicas da Síria.

"Estamos conscientes dos desafios que temos pela frente", disse a jornalistas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, acompanhado por Kaag, uma funcionária de alto escalão da ONU que fala árabe e que tem experiência do Oriente Médio.

"A situação na Síria continua sendo perigosa e imprevisível. É necessária a cooperação de todas as partes na Síria", disse Ban.

"Sinto-me muito honrada de ter recebido a confiança para realizar esta tarefa complexa e exigente", disse Kaag, que dirigirá a equipe conjunta da ONU e da OPAQ responsável por destruir o arsenal químico sírio.

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