Al Arabi: a deterioração da segurança e o aumento do número de vítimas demonstram que foi tomado 'um rumo longe da natureza da missão árabe' (Karim Jaafar/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2012 às 18h13.
Cairo - A Liga Árabe decidiu neste sábado suspender imediatamente o trabalho de seus observadores na Síria até a realização da próxima reunião dos ministros de Relações Exteriores árabes, por causa da deterioração da segurança no país.
Em comunicado, o secretário-geral do organismo, Nabil al Arabi, explicou que a decisão acontece por causa da 'deterioração perigosa da situação na Síria, continuação do uso da violência e da troca de tiros e bombardeios que têm como vítimas os cidadãos inocentes'.
Segundo a nota, a decisão também foi tomada porque o regime sírio de Bashar al Assad utiliza as forças de segurança contra os civis, em contradição com seus compromissos com a Liga Árabe e com o protocolo da missão.
Para Al Arabi, a deterioração da segurança e o aumento do número de vítimas demonstram que foi tomado 'um rumo longe da natureza da missão árabe'.
A delegação, que chegou há mais de um mês à Síria, tem como objetivo verificar o fim da violência, a libertação dos presos durante os protestos e a retirada das tropas das ruas.
Al Arabi afirmou que a decisão será aplicada de forma imediata até que o assunto seja submetido ao Conselho de Ministros da Liga Árabe, em reunião que ainda não tem data fixa.
Além disso, o secretário-geral deu instruções ao chefe da missão para que tome todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos seus integrantes.
Já o vice-secretário-geral da Liga Árabe disse aos jornalistas na sede do organismo no Cairo que os observadores se concentrarão em Damasco até que a reunião decida o futuro da missão.
Na sexta-feira, o chefe dos observadores disse que os índices de violência na Síria aumentaram significativamente nos últimos dias, depois que os grupos opositores informaram sobre a morte de mais de cem civis em dois dias.
Uma delegação da Liga Árabe, liderada por Al Arabi, viajará neste domingo a Nova York para se reunir com o Conselho de Segurança das Nações Unidas e conseguir seu apoio ao plano para solucionar a crise na Síria. EFE