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Vice de Trump aumenta preocupação na Ucrânia sobre futuro do apoio dos EUA

J.D. Vance contribuiu para a paralisação do projeto de ajuda de US$ 60 bilhões

J.D. Vance fala em Conferência de Ação Política Conservadora em Orlando, Flórida, em fevereiro de 2022 (Kent Nishimura/Getty Images)

J.D. Vance fala em Conferência de Ação Política Conservadora em Orlando, Flórida, em fevereiro de 2022 (Kent Nishimura/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 17 de julho de 2024 às 14h51.

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A escolha de J.D. Vance como candidato a vice-presidente de Donald Trump aumenta as preocupações na Ucrânia de que os Estados Unidos possam retirar seu apoio e forçar o país a ceder seus territórios ocupados à Rússia após a eleição presidencial, embora Kiev tente minimizar o pessimismo.

Vários analistas e jornalistas ucranianos foram rápidos em apontar que Vance se opôs consistentemente ao apoio à Ucrânia e contribuiu ativamente para a paralisação do projeto de ajuda de US$ 60 bilhões neste inverno (do hemisfério Norte).

As ações de Trump, caso ele se torne presidente, continuam sendo imprevisíveis para Kiev, mas algumas pessoas na Ucrânia já acreditam que a escolha de seu companheiro de chapa não é um bom presságio para ajudar o país a repelir a invasão russa e liberar todos os territórios ocupados.

Um motivo de preocupação

Os EUA têm sido o maior fornecedor de ajuda militar à Ucrânia, com quase US$ 54 bilhões até o momento, e sua voz também é vista como fundamental quando se trata do futuro da Ucrânia na Otan.

As decisões de Trump são, portanto, especialmente importantes para o país invadido, enfatiza Tymofiy Mylovanov, presidente da Escola de Economia de Kiev.

Vance "é muito cético em relação à Ucrânia e não acredita em nossa vitória", escreveu Mylovanov nas redes sociais.

"Acho que deveríamos parar de apoiar o conflito ucraniano", opinou Vance em maio, sugerindo também que "é do interesse dos Estados Unidos reconhecer que a Ucrânia deve ceder algum território à Rússia".

O senador por Ohio também se opõe à adesão da Ucrânia à Otan e se recusou a se reunir com a delegação ucraniana durante sua visita à Conferência de Segurança de Munique em fevereiro.

Ele também espalhou novamente uma falsa alegação de que os líderes ucranianos compraram iates de luxo durante a invasão, segundo escreveu o jornalista Oleg Pavliuk para o portal "European Pravda".

O jornalista acrescenta que, mesmo que o vice-presidente não desempenhe um papel fundamental na determinação da política externa dos EUA, as chances de Vance se tornar presidente não são triviais, considerando a idade de Trump, que tem 78 anos, e os riscos de repetidas tentativas de assassinato.

Kiev minimiza pessimismo

As autoridades ucranianas não compartilharam publicamente suas preocupações sobre as opiniões de Vance.

"Todas as declarações anteriores de Vance podem ser ignoradas. Ele mudou repetidamente seus pontos de vista e posições e agirá de acordo com as necessidades do 'aparelho estatal profundo' dos EUA", escreveu Andrii Kovalenko, chefe do Centro de Combate à Desinformação do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia.

Kovalenko publicou em seu Telegram que, embora os planos de Trump em relação à Rússia sejam desconhecidos, eles definitivamente não significarão "atender aos desejos russos".

Embora reconheça o "ceticismo" de Vance em relação à Ucrânia, o chefe do Comitê de Assuntos Externos do Parlamento ucraniano, Oleksandr Merezhko, enfatiza que a posição do próprio Trump continuará sendo fundamental.

"Não se pode confiar nos políticos durante a campanha eleitoral. Trump critica tudo relacionado ao (presidente Joe) Biden, mas me parece que, por enquanto, ele nem sequer pensa em questões de política externa como a Ucrânia", declarou à Agência EFE.

Merezhko acredita que somente quando Trump se tornar presidente, se é que se tornará, ele começará a moldar seriamente sua política externa e enfrentará imediatamente "uma dura realidade".

"Ele não conseguirá forçar a Ucrânia a ceder território à Rússia, pois os democratas e muitos republicanos se oporiam a isso. Além disso, ele vai querer ser visto como um presidente bem-sucedido, como um vencedor. E isso só pode acontecer se a Ucrânia vencer", enfatizou Merezhko.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, "não tem medo" da volta de Trump ao poder e não vê "grandes ameaças", disse ele na segunda-feira, antes do anúncio da escolha de Vance como candidato republicano a vice-presidente.

"A maioria do Partido Republicano apoia o povo da Ucrânia", comentou, observando que a Ucrânia tem "fortes relações" com o partido e continuará a desenvolvê-las, independentemente dos resultados das eleições.

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