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Vice da Venezuela pede ordem de prisão para ex-procuradora

Executivo acusa Ortega de planejar junto com a oposição venezuelana e governos estrangeiros um golpe de Estado contra o presidente Nicolás Maduro

Ex-procuradora: Luisa Ortega Díaz, foi destituída no ano passado por decisão da Assembleia Nacional Constituinte, depois que ela fez críticas ao chavismo (Jaime Saldarriaga/Reuters)

Ex-procuradora: Luisa Ortega Díaz, foi destituída no ano passado por decisão da Assembleia Nacional Constituinte, depois que ela fez críticas ao chavismo (Jaime Saldarriaga/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de março de 2018 às 16h15.

Caracas - O vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, pediu nesta sexta-feira à Justiça de seu país que solicite uma ordem de captura internacional contra a ex-procuradora-geral Luisa Ortega Díaz, que foi destituída no ano passado por decisão da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), que é controlada pelo governo, depois que ela fez críticas ao chavismo.

"Exortamos ao Poder Judiciário e a nosso valente procurador-geral, Tareq William Saab, a solicitar a captura internacional desta foragida da Justiça para que responda pelas mortes atrozes que sua atuação como cúmplice da direita venezuelana provocou no fracassado golpe do ano passado", disse Aissami na ANC.

O Executivo acusa Ortega de planejar junto com a oposição venezuelana e governos estrangeiros um golpe de Estado contra o presidente Nicolás Maduro.

As declarações do vice-presidente acontecem no mesmo dia em que a ex-procuradora-geral denunciou no Tribunal Penal Internacional (TPI) Maduro e dois funcionários do alto escalão do governo pelo "massacre" cometido contra o grupo do ex-policial Óscar Pérez, que morreu em janeiro em uma operação das forças de inteligência da Venezuela.

Aissami afirmou hoje que "o papel" da antiga titular do Ministério Público durante os protestos antigovernamentais do ano passado naquela "conspiração" foi de "inação deliberada".

O vice-presidente indicou que "a senhora" que manteve uma "conduta infame" deve "responder a muitas dessas dúvidas" que surgiram no ano passado durante os protestos antigovernamentais.

Em agosto, a então procuradora-geral foi removida de seu cargo pela Assembleia Constituinte, que colocou em seu lugar Tareq William Saab, um chavista que esteve à frente da Defensoria Pública.

A ANC tomou essa decisão após ser informada pelo Supremo Tribunal que Ortega tinha sido suspensa "por supostamente ter cometido faltas graves no exercício de seu cargo".

No mesmo dia, a já ex-procuradora teve suas contas congeladas, foi inabilitada para exercer cargos públicos e proibida de sair do país.

As ações levaram Ortega a não reconhecer as decisões do Supremo, ao considerar que o mesmo é composto por magistrados "ilegítimos", que ela mesma impugnou por supostas irregularidades em suas nomeações.

No final de agosto, o governo da Colômbia informou que Ortega havia chegado ao país em um "voo privado".

Entre as denúncias que efetuou já fora da Venezuela, Ortega relacionou o presidente Nicolás Maduro e o "número 2" do chavismo, o governista Diosdado Cabello, de vínculos corruptos com a empresa brasileira Odebrecht.

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