Vereadora holandesa se suicida após revelar estupro na internet
A vereadora ultradireitista, Willie Dille, afirmou nesta quarta que tinha sido estuprada por um grupo de muçulmanos em março do ano passado
EFE
Publicado em 9 de agosto de 2018 às 11h11.
Última atualização em 9 de agosto de 2018 às 11h12.
Haia - Uma vereadora do Partido da Liberdade (PVV), a ultradireitista Willie Dille, se suicidou depois de publicar um vídeo na internet denunciando que tinha sido vítima de "um estupro " em março do ano passado, informou nesta quinta-feira seu grupo político.
"Já não podia suportar o que tinha ocorrido e as reações recebidas", disse hoje seu colega do PVV, Karen Gerbrands, ao confirmar o suicídio no Twitter.
Em outra mensagem, o líder do PVV, Geert Wilders, afirmou estar "muito consternado" pela morte de Dille, enquanto o primeiro-ministro, Mark Rutte, desejou "força ao PVV após esta grande perda".
Em comunicado, a prefeita da Haia, Pauline Krikke, confirmou que interromperá suas férias para voltar à cidade e considerou que "esta notícia é um grande choque para todos".
Dille, que exerceu o papel de deputada do PVV entre 2010 e 2012, publicou na quarta-feira o vídeo em sua página do Facebook no qual assegurava que em março do ano passado, durante a época eleitoral, tinha sido vítima de estupro.
"Fui sequestrada, estuprada e torturada por um grupo de muçulmanos porque queriam calar minha boca no Conselho da Haia. Quando tudo passou, não contei a ninguém", acrescentou.
Um porta-voz da polícia confirmou à Agência Efe que os agentes mantiveram vários encontros com Dille, de 53 anos, para falar sobre o suposto incidente e as ameaças que dizia receber, mas as autoridades nunca iniciaram uma investigação porque a vereadora "não quis apresentar uma denúncia" e nem oferecer provas do ocorrido.
No vídeo, Dille acusou a um ex-membro do PVV Arnoud van Doorn de estar por trás da suposta violação e as ameaças, às quais ele respondeu no Twitter dizendo que está "surpreso" pelas acusações e garantiu estar "considerando apresentar uma denúncia por calúnias".