Protesto na Venezuela: número de candidatos a visto americano aumentou vertiginosamente desde dezembro de 2015 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de fevereiro de 2017 às 11h41.
Bogotá - Venezuelanos lideraram, pela primeira vez, os pedidos de asilo aos EUA, uma vez que a classe média do país tem sofrido com a imensa crise econômica no país totalmente dependente de petróleo.
Dados do Serviço de Cidadania e Imigração do governo dos EUA mostram que 18.155 venezuelanos apresentaram pedidos de asilo no ano passado, aumento de 150% em relação a 2015 e seis vezes maior ao nível observado em 2014. A China ficou em segundo lugar, com 17.745 pedidos provenientes de cidadãos desse país.
A Venezuela ficou em primeiro das 10 maiores nações que buscaram asilo após meses de sangrentos protestos de rua no início de 2014 que procuram destituir o presidente Nicolás Maduro.
Mas, naquela época, em meio à prisão generalizada e assédio de adversários do socialista, menos de 100 venezuelanos por mês procuravam asilo. Isso se compara a 2.334 pedidos em dezembro de 2016, o último mês para o qual os dados estão disponíveis.
O número de candidatos aumentou vertiginosamente desde dezembro de 2015, quando a oposição tomou o controle do congresso em uma eleição que muitos acreditavam que poderia perturbar 17 anos de governo socialista.
Em vez de estender a mão a seus oponentes, Maduro recuou e mais e mais venezuelanos começaram a ter salários corroídos pela inflação de três dígitos, além da escassez de alimentos e de medicamentos, que tornou a vida insuportável para muitos.
No entanto, a grande maioria que pediu asilo são venezuelanos de classe média que não se qualificam para o estatuto de refugiado reservado aos que procuram escapar à perseguição política. Fonte: Associated Press