Mundo

Venezuela reforça bloqueio em ponte na fronteira com a Colômbia

Militares do governo Maduro impedem a passagem de ajuda humanitária que está na cidade de Cúcuta

Maduro: Venzuelano nega ajuda humanitária por considerá-la meio para golpe militar americano (Miraflores Palace/Reuters)

Maduro: Venzuelano nega ajuda humanitária por considerá-la meio para golpe militar americano (Miraflores Palace/Reuters)

A

AFP

Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 15h21.

Militares venezuelanos reforçaram nesta quinta-feira o bloqueio em uma ponte na fronteira com a Colômbia, em meio à disputa entre o governo de Nicolás Maduro e o opositor Juan Guaidó pela entrada de ajuda humanitária no país.

Novos contêineres de carga foram posicionados nesta quinta-feira na barreira da ponte de Tienditas, que liga Cúcuta (Colômbia) a Ureña (Venezuela). Agentes armados da Guarda Nacional protegiam a ponte.

Na semana passada, o local foi bloqueado com um caminhão-tanque e dois contêineres. A ajuda humanitária foi enviada pelos Estados Unidos a Cúcuta a pedido de Guaidó, presidente do Parlamento e reconhecido por vários países como presidente interino do país.

Na terça-feira, o líder opositor estabeleceu 23 de fevereiro como data limite para a entrada da ajuda. Ao mesmo tempo, o chavismo ratificou a recusa a aceitar o auxílio.

Maduro rejeita a ajuda por considerá-la um "pretexto" para uma intervenção militar liderada por Washington.

A oposição pediu aos militares, a grande base de apoio de Maduro, que permitam a entrada de ajuda humanitária.

A ponte de Tienditas ainda não foi oficialmente inaugurada. A previsão era 2016, mas o fechamento temporário da fronteira comum de 2.200 km - ordenado pelo governo de Maduro no fim de 2015 e suspenso meses depois - adiou a abertura.

O presidente Donald Trump disse na quarta-feira que o presidente venezuelano "comete um erro terrível" ao bloquear a ajuda humanitária dos Estados Unidos para seu país.

Trump disse que é "triste" que o país latino-americano, rico em petróleo, esteja vivendo uma crise e que Washington ainda não descartou o envio de tropas para a região.

Guaidó se autoproclamou presidente depois que Maduro foi declarado "usurpador" pelo Legislativo, único poder controlado pela oposição na Venezuela, alegando que o governante socialista foi reeleito por meio de fraude.

O confronto entre governo e oposição deixa ainda mais crítica a situação no país, e leva a população a abandonar a Venezuela.

Cerca de 22.000 venezuelanos pediram proteção internacional em 2018 na União Europeia (UE), quase o dobro do ano anterior, segundo o Gabinete Europeu de Apoio ao Asilo (EASO), que também registra um forte aumento entre sírios (em primeiro lugar) e colombianos.

O texto destaca, pelo segundo ano, o caso dos venezuelanos, cujas solicitações aumentaram 88% em 2018, após um aumento de 155% no ano anterior.

Antes de 2014, os cidadãos da Venezuela apresentavam cerca de 100 solicitações por ano.

Até o final de 2018, o número de venezuelanos à espera de uma resposta para seu pedido de asilo é agora em torno de 30.900, segundo o relatório.

Acompanhe tudo sobre:Juan GuaidóNicolás MaduroVenezuela

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia