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Venezuela emite mandado de prisão contra opositor Juan Guaidó

O procurador-geral do MP venezuelano acusa o opositor de Maduro de usar a Citgo, uma subsidiária da estatal petrolífera PDVSA nos Estados Unidos, para se financiar e pagar despesas

Juan Guaidó: líder é reconhecido como presidente interino por mais de 50 países. Mas ele nunca conseguiu destituir Nicolás Maduro (Manaure Quintero/File Photo/Reuters)

Publicado em 6 de outubro de 2023 às 11h54.

Última atualização em 6 de outubro de 2023 às 12h11.

O Ministério Público da Venezuela emitiu um mandado de prisão contra o opositor do governo Juan Guaidó. Oprocurador-geral, Tarek William Saab, afirmou na quinta-feira, 5, que o governo solicitará um alerta vermelho da Interpol, com base em investigações de um tribunal nos Estados Unidos divulgadas pela imprensa.

Em entrevista coletiva em Caracas, o procurador, alinhado ao governo, acusa o opositor de Maduro de usar a Citgo, uma subsidiária da estatal petrolífera PDVSA nos Estados Unidos, para se financiar e pagar despesas. "Foram designados promotores para emitir uma ordem de prisão contra ele e a respectiva solicitação de alerta vermelho da Interpol para que este indivíduo pague por esses crimes que a Justiça dos Estados Unidos da América está ciente e divulgando", disse Saab.

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Saab afirmou que a atuação de Guaidó causou prejuízo à nação de US$ 19 bilhõese resultaram na perda quase definitiva da Citgo”, classificada pelo procurador como “o ativo mais importante da Venezuela no exterior”. A empresa está sendo processada pela Justiça americana, em um caso que pode levar a um leilão para cobrar dívidas da Venezuela e da própria estatal.

Os crimes imputados ao opositor, que fugiu para os Estados Unidos em abril passado, incluem traição à pátria, usurpação de funções, obtenção ou extração de dinheiro, valores ou bens públicos, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

A investigação anunciada pelo procurador se soma a outras 27 que já pesam sobre Guaidó. Este é, no entanto, o primeiro mandado de prisão emitido contra o líder, que se autoproclamou "presidente interino" diante de uma multidão em 2019 e chegou a ser o líder da oposição venezuelana até que sua popularidade diminuiu em questão de meses. Saab também afirmou que, desde 2019, foram emitidos 288 mandados de prisão por investigações envolvendo Guaidó, com 129 colaboradores do opositor detidos e 63 "cúmplices" condenados.

Guiadó nega acusações

Ao negar as acusações, Guaidó afirmou, durante uma transmissão ao vivo no Instagram, que "usaram notícias falsas para falar dos supostos US$ 19 bilhões que o país deve por emissão de bônus ilegais (e), expropriações da época de (Hugo) Chávez (1999-2013)".

Guaidó esteve à frente de um governo interino simbólico apoiado pelos Estados Unidos e por cerca de 50 países, que não reconheceram a reeleição do presidente Nicolás Maduro em 2018, considerando-a "fraudulenta". Nesse período, durante o qual Guaidó atuou como "presidente interino" de 2019 até janeiro deste ano, os adversários de Maduro assumiram o controle da Citgo e nomearam um conselho de administração para negociar com os credores.

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