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Venezuela deve comprar 12 milhões de doses com dinheiro de contas bloqueadas

As vacinas contra a covid-19 seriam suficiente para imunizar com duas doses o equivalente a mais de 20% da população venezuelana

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: liberação de contas offshore precisa de apoio da oposição (Manaure Quintero/Reuters)

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: liberação de contas offshore precisa de apoio da oposição (Manaure Quintero/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 12 de fevereiro de 2021 às 11h14.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 11h15.

O governo e a oposição da Venezuela estão em negociações com a Organização Pan-Americana da Saúde para comprar vacinas com o objetivo de imunizar 6 milhões de pessoas contra a covid-19, segundo três pessoas com conhecimento direto das conversas.

Cerca de 1,4 milhão dessas doses são da AstraZeneca e serão fornecidas por meio da iniciativa Covax, apoiada pela Organização Mundial da Saúde, disseram as pessoas.

As vacinas estariam disponíveis a partir de março e seriam pagas com fundos offshore congelados pelas sanções dos EUA, que não podem ser desbloqueados sem o apoio da oposição. Embora o fornecedor das vacinas restantes ainda não tenha sido determinado, o custo total dos 12 milhões de doses, o suficiente para vacinar 6 milhões de venezuelanos, é de aproximadamente US$ 120 milhões, segundo duas pessoas.

Sob os termos do acordo, discutido pela última vez em reunião nesta quinta-feira, a OPAS e o Unicef farão uma supervisão estrita do plano de vacinação, bem como da cadeia de refrigeração necessária para manter as vacinas dentro da faixa de temperatura exigida, disseram duas das pessoas. Paolo Balladelli, chefe da missão OMS-OPAS na Venezuela, disse no Twitter que o país está cada vez mais perto do acesso às vacinas contra o coronavírus.

O ministro da Saúde, Carlos Alvarado, e o assessor médico da oposição, Julio Castro, participaram do encontro, entre outras pessoas, disseram as fontes. Assessores de imprensa de Alvarado e Castro não responderam de imediato pedidos de comentários.

Enquanto o governo propõe distribuir as vacinas nos principais hospitais públicos que já atendem pacientes de Covid-19, a oposição pede termos mais rígidos depois que as cláusulas de um acordo anterior para distribuir mais de 340.000 testes de antígeno não foram cumpridas.

A Venezuela divulgou até o momento 131.476 casos graves e 1.253 mortes, menos do que a maioria dos países na região.

As primeiras 100.000 doses de 10 milhões de vacinas Sputnik V adquiridas pelo governo devem chegar na próxima semana, disse o presidente Nicolás Maduro nesta semana.

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