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Venezuela denuncia "invasão" de sedes diplomáticas nos EUA

Governo afirma que prédios estão sendo "ocupados de maneira forçada" por pessoas que contam com apoio dos americanos

Juan Guaidó e Nicolás Maduro: líder da oposição e presidente do país disputam o poder na Venezuela (Montagem/Exame)

Juan Guaidó e Nicolás Maduro: líder da oposição e presidente do país disputam o poder na Venezuela (Montagem/Exame)

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EFE

Publicado em 19 de março de 2019 às 06h46.

Caracas — O governo da Venezuela denunciou nesta segunda-feira a ocupação de várias sedes diplomáticas nos Estados Unidos por parte da oposição, um gesto que Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país, viu como fragilidade de Nicolás Maduro.

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela afirmou que as sedes diplomáticas do país estão sendo "ocupadas de maneira forçada por parte de pessoas que contam com o apoio público do governo americano e atuam como seus agentes".

A denúncia foi feita depois que Carlos Vecchio, representante de Guaidó nos EUA, ter anunciado que tomou o controle do consulado da Venezuela em Nova York e da aditância militar do país em Washington.

Segundo Vecchio, as medidas têm o objetivo de garantir os bens e ativos da Venezuela no território americano.

O governo de Maduro respondeu exigindo que a Casa Branca "cumpra suas obrigações" e "tome as medidas necessárias para reverter de maneira imediata tal ocupação forçada, cumprindo o previsto na Convenção de Viena".

A diplomacia venezuelana ainda afirmou que, se o governo americano persistir no "descumprimento de suas obrigações internacionais", reservará o direito de tomar "ações legais e recíprocas correspondentes" no país.

"As sedes diplomáticas da Venezuela nos EUA só podem ser utilizadas pelos agentes diplomáticos oficiais que representam o governo democrático e constitucional do presidente Nicolás Maduro", afirmou o Ministério das Relações Exteriores em nota.

Enquanto isso, Guaidó continuou nesta segunda-feira a construção de alianças e se reuniu com representantes de sindicatos e movimentos sociais na sede da Assembleia Nacional da Venezuela.

Guaidó disse que continuará percorrendo o país para explicar as razões da autoproclamação como presidente aos venezuelanos.

O movimento foi batizado por ele como "operação liberdade", que tem como objetivo final organizar manifestações em frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo de Maduro.

Vários sindicatos se comprometeram hoje a acompanhar Guaidó nos próximos protestos no país. Por enquanto, não há data definida.

"Vamos buscar incorporar todos os sindicatos para que participem desta grande cruzada para acompanhar nosso presidente interino Juan Guaidó", disse José Gregorio Caribe, coordenador da Frente Ampla (FAVL) em Caracas, que reúne opositores e dissidentes do chavismo.

Guaidó não deu mais detalhes do movimento, mas falou sobre as denúncias feitas hoje pelo governo e sobre a reestruturação ministerial anunciada por Maduro. Para ele, as duas medidas são uma mostra de fraqueza por parte do líder chavista.

"Não há governo, há uma usurpação de funções. O que eu vejo é um regime muito frágil, um regime que não tem respostas, que não governa mas canta vitória por ter um dia a mais usurpando funções", disse Guaidó a jornalistas depois de sair das reuniões de hoje.

A reforma ministerial foi anunciada ontem pela vice-presidente do país, Delcy Rodríguez. Segundo ela, Maduro pediu que os ministros renunciem aos seus cargos para uma reformulação do governo.

Guaidó disse hoje ter dúvidas sobre a veracidade do anúncio da vice-presidente. "Não sei se Maduro aprovou ou não isso, ou se eles estão jogando entre eles um jogo de poder", afirmou.

Maduro se mantém em silêncio sobre a troca dos ministros, anunciada depois do maior blecaute da história da Venezuela. EFE

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