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Venezuela acusa Kerry de incentivar protestos contra governo

A declaração foi feita após o diplomata afirmar que os Estados Unidos estão preocupados com a situação no país sul-americano


	Opositores protestam em Caracas no dia 1º de maio: Kerry ressaltou que os manifestantes têm "queixas legítimas", que devem ser atendidas
 (Geraldo Caso/AFP)

Opositores protestam em Caracas no dia 1º de maio: Kerry ressaltou que os manifestantes têm "queixas legítimas", que devem ser atendidas (Geraldo Caso/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2014 às 07h53.

Caracas - A Venezuela acusou nesta quarta-feira o secretário americano de Estado, John Kerry, de incentivar os protestos de rua contra o governo do presidente Nicolás Maduro, após o diplomata afirmar que os Estados Unidos estão preocupados com a situação no país sul-americano.

"Estas reiteradas declarações (de Kerry) se prestam a incentivar os setores mais reacionários da oposição a prolongar suas ações violentas à margem da Constituição", assinalou a chancelaria em Caracas.

Mais cedo, Kerry afirmou que "os Estados Unidos estão profundamente preocupados com a situação de deterioração na Venezuela", e destacou o "agravamento" das condições sociais e econômicas no país, mas destacou que a solução poderá surgir apenas dos próprios venezuelanos.

"Acreditamos que cabe ao povo da Venezuela decidir o futuro da Venezuela", esclareceu Kerry, reiterando o apoio americano ao diálogo iniciado entre governo e oposição.

Kerry ressaltou que os manifestantes têm "queixas legítimas", que devem ser atendidas.

Segundo Caracas, "surpreende que, com estas declarações, o governo americano considere como forma legítima de protesto o incêndio de universidades e caminhões de alimentos, assim como o vandalismo contra instituições públicas (...) e até o assassinato de cidadãos inocentes".

As declarações de Kerry também "constituem uma insolência contra a participação da Unasul e da Santa Sé no processo de diálogo" com a oposição.

Os protestos na Venezuela já deixaram 41 mortos e mais de 700 feridos. Os manifestantes tomam as ruas contra a inflação, perto de 60% anual, a escassez de produtos básicos, como papel higiênico e café, e a violência.

Maduro afirma que as manifestações são uma tentativa de golpe patrocinada por setores de Estados Unidos e Colômbia.

EUA e Venezuela não têm embaixadores em Caracas e Washington desde 2010.

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