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Venezuela: 1557 pessoas morreram por falta de materiais médicos

Pesquisa é feita e repassada para médicos de forma anônima por medo de represália do governo Maduro

Venezuela: País enfrenta crise humanitária (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Venezuela: País enfrenta crise humanitária (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de fevereiro de 2019 às 15h54.

Caracas - Pelo menos 1.557 pacientes morreram por falta de materiais médicos entre 19 de novembro do ano passado e 9 de fevereiro deste ano na Venezuela, segundo a Pesquisa Nacional de Hospitais divulgada nesta quinta-feira e que foi aplicada em 40 centros de saúde deste país.

"Foram registradas 1.557 mortes atribuíveis à falta de insumos (materiais) desde o nosso último boletim", disse em entrevista coletiva Gustavo Villasmil, porta-voz da organização Médicos pela Saúde.

A pesquisa indica que 756 destes pacientes sofreram um "trauma agudo" e 801 padeciam de doenças cardiovasculares, problemas que não puderam ser tratados pela escassez de recursos nos hospitais.

Esta pesquisa, realizada desde 2014, se propõe a registrar semana a semana o que acontece nestes 40 hospitais, dados que recolhe e oferece a cada médico de forma anônima por temor a represálias por parte do governo de Nicolás Maduro.

"Quanto aos serviços de emergências em nível nacional, 75% deles reportou desabastecimento de morfina e 66% de remédios para tratar hipertensão arterial", detalha o relatório que acompanha a pesquisa.

Além disso, o documento afirma que "quanto aos insumos de sala de cirurgia, 60% reportou desabastecimento de analgésicos menores e 46% de material descartável para os pacientes".

Estes números, segundo os representantes da organização de médicos, se traduzem em mortes ou "desenlaces fatais", uma vez que "os hospitais e especialmente as unidades críticas não estão suficientemente abastecidos para atender aos pacientes".

A situação de escassez de remédios e de materiais médicos na Venezuela remonta há cerca de cinco anos e tem se agravado ao longo destes anos.

O parlamento venezuelano, de contundente maioria opositora, declarou em janeiro de 2016 uma "crise humanitária de saúde" no país, ocasionada pela escassez de remédios, equipamentos e materiais médicos e a deterioração das instituições públicas sanitárias.

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