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Após eleições na União Europeia, saiba quem são os novos líderes das instituições do bloco econômico

Votação escolheu quem fica no comando da Comissão Europeia, Conselho Europeu e da diplomacia

(A partir da esquerda) Kaja Kallas, Ursula von der Leyen e António Costa (AFP/AFP)

(A partir da esquerda) Kaja Kallas, Ursula von der Leyen e António Costa (AFP/AFP)

Publicado em 28 de junho de 2024 às 07h30.

A alemã Ursula von der Leyen recebeu nesta quinta-feira, 27, o apoio dos líderes da União Europeia (UE) para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia, braço político o bloco.
Os líderes também apoiaram o português António Costa para presidir o Conselho Europeu e a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, para ser a próxima alta representante, responsável pela diplomacia europeia.

Ursula Von der Leyen, a trabalhadora incansável

Nascida em Bruxelas, Ursula von der Leyen viveu na capital belga até os 13 anos, quando sua família retornou para a Alemanha.

Formou-se em medicina, com especialização em ginecologia, área em que atuou até 1992, quando se estabeleceu com o marido e os filhos em Stanford, nos Estados Unidos. Também estudou economia em Londres.

Em 2001, iniciou sua carreira política, e em 2003 conquistou os primeiros cargos públicos na região da Saxônia.

Durante o governo de Angela Merkel (2005-2021), foi ministra da Família e dos Assuntos Sociais e ministra da Defesa, antes de assumir a presidência da Comissão Europeia, em 2019.

Ursula tem 65 anos e 7 filhos. Seu sobrenome de solteira é Albrecht, mas ela usa o do marido, o médico Heiko von der Leyen, com quem se casou em 1986.

Em Bruxelas, Ursula ganhou a reputação de trabalhadora incansável. Como líder da Comissão Europeia, ela mora em um apartamento localizado no mesmo prédio que abriga o seu escritório.

Ursula também recebeu críticas em Bruxelas por seu estilo centralizador. Nos cinco anos do seu primeiro mandato na Comissão Europeia, teve uma relação tensa com o líder do Conselho, Charles Michel.

Kaja Kallas, de 'Dama de Ferro' à diplomacia

Primeira-ministra da Estônia, ex-deputada europeia e conhecida como "Dama de Ferro", Kaja Kallas, 47, nasceu quando seu país fazia parte da União Soviética.

Filha de um ex-primeiro-ministro e ex-comissário europeu, Kaja se formou em direito e estudou administração de empresas. Em 2011, lançou-se na política.

Inicialmente, ocupou uma cadeira no Parlamento da Estônia, antes de se instalar em Bruxelas como deputada europeia, cargo que exerceu entre 2014 e 2018.

Em 2021, Kaja se tornou a primeira mulher a chegar ao poder na Estônia, um país báltico de 1,3 milhão de habitantes, e se destacou por sua comunicação dura frente a Moscou, tornando a Estônia um dos apoiadores mais firmes da Ucrânia.

Em 2023, seu nome chegou a ser considerado para substituir o norueguês Jens Stoltenberg à frente da Otan.

Kaja pertenceu a um grupo de dança folclórica em sua juventude, apresentando-se na Estônia e no exterior. Ela se queixa de que uma das desvantagens de ter uma carreira política é não ter tempo para a dança.

Além do seu idioma, a premiê da Estônia é fluente em inglês, russo e francês.

António Costa, o negociador experiente

Esse advogado português de 62 anos, que tem raízes na ex-colônia portuguesa de Goa, na Índia, possui uma longa trajetória política, que teve início em seus anos de estudante universitário.

Costa chegou à diretoria do Partido Socialista em 1994 e, desde o ano seguinte, ocupa diversos cargos no alto escalão do governo português.

Em 2015, tornou-se primeiro-ministro de Portugal, cargo que manteve por três governos. No ano passado, anunciou a sua renúncia, após a abertura de investigações contra membros do seu gabinete.

Costa tem uma reputação impecável em Bruxelas, onde é considerado um líder com grande capacidade de negociação, e mantém uma relação cordial com Ursula Von der Leyen.

A presença de Costa à frente do Conselho Europeu destaca a capacidade diplomática de Portugal, que tem António Guterres como secretário-geral da ONU.

O português José Manuel Durão Barroso presidiu o Conselho Europeu por uma década, entre 2004 e 2014.

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