"A continuidade da investigação preliminar mostrará se alguém pode ser processado", acrescentou a Promotoria sueca (Anadolu Agency/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de novembro de 2022 às 10h33.
Última atualização em 18 de novembro de 2022 às 10h37.
As explosões que afetaram em setembro os gasodutos Nord Stream 1 e 2 no Mar Báltico, construídos para transportar gás da Rússia para a Europa, foram uma sabotagem, anunciou nesta sexta-feira, 18, o procurador responsável pela investigação preliminar conduzida pela Suécia.
"As análises feitas mostram restos de explosivos em vários dos objetos estranhos encontrados", afirma em um comunicado o procurador Mats Ljungqvist, que comanda a investigação preliminar aberta após a descoberta, no final de setembro, de quatro grandes vazamentos de gás nos gasodutos que ligam a Rússia com a Alemanha.
"A continuidade da investigação preliminar mostrará se alguém pode ser processado", acrescentou a Promotoria.
O procurador disse que a investigação preliminar era "muito complexa e abrangente" e um exame mais aprofundado mostraria se alguém poderia ser acusado "de suspeita de crime". Investigadores na Suécia, Dinamarca e Alemanha estão investigando o que aconteceu.
As autoridades dinamarquesas confirmaram em outubro que houve grandes danos aos gasodutos causados por "poderosas explosões".
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse na sexta-feira, 18, que era "muito importante encontrar aqueles que estão por trás da explosão".
As descobertas da Suécia sobre "um ato de sabotagem ou ato terrorista - você pode chamá-lo do que quiser" confirmam "as informações que o lado russo teve", disse Peskov.
Moscou precisa esperar por uma avaliação completa dos danos para decidir se repara os gasodutos, disse ele.
O Nord Stream 1 transportou gás russo para a Alemanha até que Moscou cortou o fornecimento no final de agosto. O Nord Stream 2 nunca entrou em serviço porque a Alemanha suspendeu seu processo de certificação pouco antes de a Rússia invadir a Ucrânia em fevereiro.
Duas avarias foram registradas na zona econômica da Suécia e duas na da Dinamarca. As inspeções preliminares submarinas reforçaram as suspeitas de uma sabotagem, pois os vazamentos foram precedidos por explosões, segundo os investigadores.
No fim de outubro, o consórcio Nord Stream, que tem a empresa russa Gazprom como acionista majoritário, enviou um navio civil de bandeira russa para inspecionar a zona sueca.
Em novembro, o Nord Stream também recebeu autorização para inspecionar a zona dinamarquesa e uma investigação ainda está em curso.
Os dois gasodutos estão no meio da tensão geopolítica desde o início da guerra na Ucrânia, agravada pela decisão da Rússia de interromper o fornecimento de gás para a Europa em represália às sanções ocidentais.
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