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Vaticano pede reformas no sistema financeiro

A Santa Sé defende a criação de uma autoridade pública mundial que tenha poder e competência universal e se atenha 'aos princípios de auxílio e solidariedade'

O documento se inspira na encíclica de Bento XVI 'Caritas in veritate' (Caridade na verdade), e defende que a atual crise financeira pôs em evidência comportamentos egoístas (©AFP / Alberto Pizzoli)
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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2011 às 18h39.

Cidade do Vaticano - O Vaticano pediu nesta segunda-feira uma reforma urgente do sistema financeiro e a criação de uma autoridade pública mundial que tenha poder e competência universal e se atenha 'aos princípios de auxílio e solidariedade'.

O pedido está no documento 'Por uma reforma do sistema financeiro e monetário internacional na perspectiva de uma autoridade pública com competência universal', apresentado pelo cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz.

No documento, o Vaticano também defende a taxação de transações financeiras. A Santa Sé assegura que o liberalismo econômico 'sem regras e sem controles' é uma das causas da atual crise econômica e denuncia a existência de mercados financeiros fundamentalmente especulativos, prejudiciais para a economia real, especialmente em países mais fracos.

No texto de 41 páginas, o Vaticano diz que a economia mundial está cada vez mais dominada pelo utilitarismo e materialismo e caracterizada por uma expansão excessiva do crédito e de bolhas especulativas que geraram crise de solvência e confiança.


O documento se inspira na encíclica de Bento XVI 'Caritas in veritate' (Caridade na verdade), e defende que a atual crise financeira pôs em evidência comportamentos egoístas e de cobiça coletiva. Para o Vaticano, a raiz da crise não é somente de natureza econômica e financeira, mas sobretudo de natureza moral.

Já sobre a Autoridade Pública Mundial, o Vaticano afirma que seria necessária por causa da crescente interdependência entre os estados. Ela não poderia ser imposta pela força, mas deveria ser expressão de um acordo livre e compartilhado.

O documento também ressalta a necessidade de reformar o sistema monetário internacional e criar um organismo 'que atue como um Banco Central Mundial', para regular o fluxo e o sistema dos intercâmbios monetários. Segundo o texto, o Fundo Monetário Internacional perdeu sua capacidade de garantir a estabilidade das finanças mundiais.

Já sobre a taxação às transações financeiras, o Vaticano sugere 'alíquotas equitativas que contribuam na criação de uma reserva mundial, para sustentar a economia dos países afetados pela crise e a reparação de seus sistemas monetários e financeiros'.

No documento, o Vaticano assinala que os estados devem ceder de forma gradual e equilibrada uma parte de suas atribuições nacionais a uma Autoridade Mundial.

'Hoje se vê como surrealista e anacrônico que um estado considere que pode conseguir de maneira autárquica o bem de seus cidadãos. A globalização está unificando os povos, levando-os a um novo 'estado de direito' em nível supranacional, a um novo modelo de sociedade internacional mais unida, respeitosa com a identidade de cada povo', assinalou. EFE

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Cidade do Vaticano - O Vaticano pediu nesta segunda-feira uma reforma urgente do sistema financeiro e a criação de uma autoridade pública mundial que tenha poder e competência universal e se atenha 'aos princípios de auxílio e solidariedade'.

O pedido está no documento 'Por uma reforma do sistema financeiro e monetário internacional na perspectiva de uma autoridade pública com competência universal', apresentado pelo cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz.

No documento, o Vaticano também defende a taxação de transações financeiras. A Santa Sé assegura que o liberalismo econômico 'sem regras e sem controles' é uma das causas da atual crise econômica e denuncia a existência de mercados financeiros fundamentalmente especulativos, prejudiciais para a economia real, especialmente em países mais fracos.

No texto de 41 páginas, o Vaticano diz que a economia mundial está cada vez mais dominada pelo utilitarismo e materialismo e caracterizada por uma expansão excessiva do crédito e de bolhas especulativas que geraram crise de solvência e confiança.


O documento se inspira na encíclica de Bento XVI 'Caritas in veritate' (Caridade na verdade), e defende que a atual crise financeira pôs em evidência comportamentos egoístas e de cobiça coletiva. Para o Vaticano, a raiz da crise não é somente de natureza econômica e financeira, mas sobretudo de natureza moral.

Já sobre a Autoridade Pública Mundial, o Vaticano afirma que seria necessária por causa da crescente interdependência entre os estados. Ela não poderia ser imposta pela força, mas deveria ser expressão de um acordo livre e compartilhado.

O documento também ressalta a necessidade de reformar o sistema monetário internacional e criar um organismo 'que atue como um Banco Central Mundial', para regular o fluxo e o sistema dos intercâmbios monetários. Segundo o texto, o Fundo Monetário Internacional perdeu sua capacidade de garantir a estabilidade das finanças mundiais.

Já sobre a taxação às transações financeiras, o Vaticano sugere 'alíquotas equitativas que contribuam na criação de uma reserva mundial, para sustentar a economia dos países afetados pela crise e a reparação de seus sistemas monetários e financeiros'.

No documento, o Vaticano assinala que os estados devem ceder de forma gradual e equilibrada uma parte de suas atribuições nacionais a uma Autoridade Mundial.

'Hoje se vê como surrealista e anacrônico que um estado considere que pode conseguir de maneira autárquica o bem de seus cidadãos. A globalização está unificando os povos, levando-os a um novo 'estado de direito' em nível supranacional, a um novo modelo de sociedade internacional mais unida, respeitosa com a identidade de cada povo', assinalou. EFE

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