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Vaticano nega acusações sobre corrupção

Presidência do Vaticano afirma que as denúncias da má gestão são fruto de "avaliações incorretas"

O arcebispo Carlo Maria Viganò enviou as denúncias ao papa Bento XVI  (Max Rossi/ Reuters)

O arcebispo Carlo Maria Viganò enviou as denúncias ao papa Bento XVI (Max Rossi/ Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2012 às 12h15.

Cidade do Vaticano - A Presidência do Governorado da Cidade do Vaticano declarou neste sábado que as denúncias sobre 'corrupção e má gestão' na administração vaticana contidas nas mensagens que o arcebispo Carlo Maria Viganò enviou ao papa Bento XVI são fruto de 'avaliações incorretas'.

A Presidência do Governorado da Cidade do Vaticano - o governo que administra o Estado - deu esta declaração por meio de uma nota divulgada neste sábado.

'Após um atento exame do conteúdo das duas mensagens, a Presidência do Governorado considera seu dever declarar publicamente que as afirmações que são feitas nelas são fruto de avaliações incorretas, ou se baseiam em temores não apoiados por provas, mas amplamente negados pelas principais personalidades convocadas como testemunhas', disse o Governorado.

A existência das mensagens escritas ao papa por Viganò, atual núncio da Santa Sé nos Estados Unidos e ex-secretário-geral do Governorado, veio à tona no final de janeiro.

Os jornais 'Corriere della Sera' e 'Libero Quotidiano' publicaram trechos das cartas, cujo conteúdo também foi divulgado pelo apresentador do programa 'Gli Intoccabili', do canal de televisão privado 'A7', Gianluigi Nuzzi.

Segundo Nuzzi, o arcebispo italiano, de 70 anos, enviou uma carta a Bento XVI em 27 de março de 2011, na qual se lamentava pelas 'corrupções e privilégios' que tinha visto após assumir o cargo de secretário-geral do Governorado em julho de 2009.

Em outra carta, segundo o 'Corriere della Sera', Viganò escreveu: 'Jamais teria pensado em me encontrar diante de uma situação tão desastrosa', que apesar de ser 'inimaginável, era conhecida por toda a Cúria'.


O arcebispo denunciou também que no Vaticano sempre 'trabalham as mesmas empresas, ao dobro (do custo) de outras de fora, devido ao fato de não existir transparência alguma na gestão dos contratos de construção e de engenharia'.

Além disso, Viganò afirmou que os banqueiros que integram o chamado Comitê de Finanças e Gestão se preocupam mais com seus interesses do que com os do Vaticano e que em dezembro de 2009 'queimaram (perderam) US$ 2,5 milhões' em uma operação financeira.

O prelado relatou em suas mensagens ao papa que durante sua gestão conseguiu com que o Vaticano passasse de US$ 8,5 milhões de perdas em 2009 para um lucro de US$ 34,4 milhões em 2010.

Em sua declaração divulgada neste sábado, a Presidência do Governorado expressou sua 'grande amargura' por todas essas afirmações e manifestou sua 'plena confiança e estima nos ilustres membros do Comitê de Finanças e Gestão'.

A nota ressaltou ainda que os balanços do Governorado, após serem aprovados pela Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano, se submetem de forma regular à Prefeitura dos Assuntos Econômicos da Santa Sé.

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