Brasília - A valorização recorde da moeda chinesa registrada nesta sexta-feira (2) é um caminho natural a ser seguido, avalia o economista Adriano Cassanello, professor do Ibmec-DF. Segundo ele, os salários da China estão em ascensão e a elevação do câmbio vai aumentar ainda mais o poder de compra da população, o que estimula o consumo no mercado interno. "A classe média e empresarial do país está querendo comprar mais e isso é o normal", pondera.

O economista acredita que o consumo dos chineses subirá, o que deve alavancar as importações no país. "O Brasil pode aproveitar para aumentar a exportação de manufaturados, esta é a hora", aconselha o professor. Parte do segredo do poder econômico da China está na moeda "fraca". No entanto, a situação é artificial, pois os indicadores do país não possuem fundamento real para tanto, explica o professor.

Adriano Cassanello afirma que a forma como o iuane estava sendo controlado já era insustentável, e que o país teve que ceder a pressões internas. No entanto, ele diz que a China tem que tomar muito cuidado com o poder que exerce no mercado global devido às reservas em dólar do país. "A poupança da China é muito grande, mas se começar a vender dólar, pode impulsionar uma nova crise nos mercados."

"As medidas que a China tem tomado mostram uma tentativa de conter um pouco o crescimento. Em vez de crescer 17%, o país deve crescer 8% ou  9%”, diz. Casssanello destaca que o sinal do PIB chinês não será revertido, mas que o país está em busca de um crescimento mais sustentável.