Uruguai será intermediário para equilíbrio do Mercosul, afirma Lacalle Pou
Para Lacalle Pou, país poderá garantir equilíbrio entre presidentes da Argentina e Brasil, que têm posicionamento político oposto
AFP
Publicado em 1 de dezembro de 2019 às 14h14.
Última atualização em 2 de dezembro de 2019 às 15h49.
O Uruguai tem a oportunidade de ser um intermediário que contribua para o bom funcionamento do Mercosul , estimou o presidente eleito do país, Luis Lacalle Pou, em entrevista à imprensa local neste domingo.
"Estive em contato com o presidente Fernández, com o presidente Bolsonaro e com o presidente Macri. O Uruguai tem uma oportunidade muito interessante de ser novamente o intermediário entre os grandes" do Mercosul, assinalou Lacalle Pou, vencedor das eleições presidenciais no Uruguai, em entrevista ao jornal local "El País".
Bolsonaro, que tem uma visão aberturista do Mercosul, tem sido um crítico do futuro presidente da Argentina, que assumirá o cargo no próximo dia 10, em meio a uma dura crise econômica local.
Lacalle Pou, do Partido Nacional, de centro-direita, assumirá em 1º de março, à frente de uma coalizão de partidos que vão da direita até a esquerda social-democrata, e também promove uma flexibilização do Mercosul, bloco no qual a busca por acordos comerciais depende da anuência de seus sócios.
"Teremos interesses em comum, muitos, e teremos alguns interesses contrários", antecipou Lacalle Pou sobre o bloco, fundado em 1991 e completado pelo Paraguai. Para ele, "o interesse nacional, entre outras coisas, é de tranquilidade na região".
O presidente eleito citou a futura relação com o governo peronista da Argentina, e pediu que não se preveja que os diferentes sinais políticos irão complicar a relação. Também afirmou que irá à posse de Fernández se for convidado.
Lacalle Pou voltou a criticar a política uruguaia para a Venezuela, que "está muito vinculada, primeiramente, a questões ideológicas; depois, a fatores pessoais e, em seguida, econômicos: há pessoas que fizeram negócios com o governo Maduro".
"Nós iremos claramente condenar a ditadura de Maduro em todos os níveis", assinalou o presidente eleito, antecipando que o Uruguai deixará o chamado mecanismo de Montevidéu, liderado por Uruguai e México para buscar uma saída para a crise na Venezuela.