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Uruguai escolherá entre volta da direita e 4º mandato da esquerda

Pesquisas apontam para o claro triunfo de Lacalle Pou sobre Martínez

Votação no Uruguai é obrigatória e não há votação por correspondência ou consular, e é por isso que cerca de 20 mil uruguaios que vivem na Argentina - a maioria apoiadores da FA - devem chegar, tanto por estrada quanto por barco. (Mariana Greif/Reuters)

Votação no Uruguai é obrigatória e não há votação por correspondência ou consular, e é por isso que cerca de 20 mil uruguaios que vivem na Argentina - a maioria apoiadores da FA - devem chegar, tanto por estrada quanto por barco. (Mariana Greif/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de novembro de 2019 às 17h58.

Última atualização em 23 de novembro de 2019 às 18h12.

O Uruguai realizará neste domingo (24) o segundo turno das eleições presidenciais, que decidirá se a Frente Ampla (FA), a coalizão de esquerda que governa desde 2005, assume o quarto mandato consecutivo, ou se o Partido Nacional (PN) vence e, com ele, recoloca a direita no Executivo.

Todas as pesquisas mostram uma vitória para o candidato dos Blancos, Luis Lacalle Pou, que, apesar de ter ficado dez pontos atrás de Daniel Martínez, da situação, no primeiro turno, realizado em 27 de outubro, se beneficiaria nesta votação da aliança formada com a maioria dos partidos da oposição.

Lacalle Pou, filho do ex-presidente de Luis Alberto Lacalle Herrera (1990-1995), conseguiu formar uma coalizão "multicolorida", como ele a chama, pedindo mudança no Uruguai depois de 15 anos de FA no poder.

Para isso, conta com o apoio do Partido Colorado (PC, centro-direita) - outra força tradicional do Uruguai, com 183 anos de história, assim como o PN - e do Cabildo Abierto (CA, direita), fundado em 2019 e liderado pelo ex-comandante chefe do Exército uruguaio, Guido Manini Ríos.

As duas legendas foram a terceira e quarta mais votadas no primeiro turno, com CA sendo a grande surpresa na política uruguaia, devido à força com que entrou no Parlamento apesar de ser um partido novo: três senadores e 11 deputados.

O Partido Independente minoritário (PI, centro-esquerda) e o Partido Popular (PG, direita) também apoiaram, durante a campanha para este segundo turno, Lacalle Pou e, portanto, um futuro governo de coalizão.

2,7 milhões de eleitores

Como confirmado à Agência Efe pelo vice-presidente do Tribunal Eleitoral, Wilfredo Penco, para este segundo turno estão convocados às urnas 2.699.980 eleitores, que irão votar em 7.122 seções das 8h às 19h30 (hora local, a mesma de Brasília).

A votação no Uruguai é obrigatória e não há votação por correspondência ou consular, e é por isso que cerca de 20 mil uruguaios que vivem na Argentina - a maioria apoiadores da FA - devem chegar, tanto por estrada quanto por barco, entre sexta-feira e domingo.

Segundo Penco, a contagem deve ser mais rápida que a do primeiro turno, já que haverá apenas duas opções. Assim, a expectativa é que até as 22h 90% dos votos já estejam apurados.

À meia-noite desta sexta-feira teve início a chamada proibição eleitoral, com veto a propaganda dos partidos políticos. No entanto, como em quase todos os lugares do mundo, as redes sociais continuam a ser uma exceção. A partir das 19h30 de hoje, terá início a lei seca, e bebidas alcoólicas não poderão ser comercializadas em bares, lojas, nem mercados. Além disso, os espetáculos públicos, tais como futebol ou teatro, são proibidos no dia da eleição.

Pesquisas indicam vitória de Lacalle Pou

As pesquisas publicadas até quinta-feira, o último dia útil antes da proibição eleitoral, apontam para o claro triunfo de Lacalle Pou sobre Martínez. Todas indicam que o candidato da oposição terá vantagem de entre 5,6 e 8 pontos em relação ao governista.

Com a projeção do voto indeciso, que na última semana ficou em torno de 5% e 6%, a consultora Factum dá a Lacalle Pou uma diferença de oito pontos (51% a 43%); Cifra e Opción dão vantagem de 7% (51,5 e 44,5 e 51 e 44, respectivamente); Equipos estabelece a vantagem em 6% (50 a 44); e Radar, em 5,6 pontos percentuais (49,9% a 44,3%).

A firme campanha eleitoral desenvolvida pelo representante do PN, que logo após confirmar sua passagem ao segundo turno fechou o acordo para um futuro governo de coalizão unido a quase toda a oposição representada no Parlamento - a exceção foi o Partido Ecologista Radical Intransigente (Peri). Isso lhe permitiu consolidar o seu projeto.

Daniel Martínez apelou à "velha guarda" frente-amplista, com o anúncio do ex-presidente José Mujica e do atual ministro da Economia, Danilo Astori, como seus futuros ministros da Pecuária, Agricultura e Pesca, por um lado, e das Relações Exteriores, por outro, como forma de recuperar votos que foram para outras formações no primeiro turno.

No entanto, e de acordo com o que todas as pesquisas mostram até agora, depois de dois mandatos de Tabaré Vázquez (2005-2010 e 2015-2020) e um de Mujica (2010-2015), em 29 de fevereiro de 2020 15 anos de governos de esquerda no Uruguai serão fechados, e a direita retornará ao Executivo para o período 2020-2025.

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