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União Europeia aprovará mais sanções contra Irã e Síria

Dentro as novas medidas propostas estão a opção de atacar as finanças iranianas atuando contra seu Banco Central e de impor um embargo às importações de petróleo

A intenção da UE é de que na reunião os ministros dêem uma orientação sobre a linha a seguir para que os especialistas comecem a trabalhar na aplicação de novas sanções, que seriam aprovadas formalmente em um futuro próximo (Kriss Szkurlatowski/Stock.xchng)

A intenção da UE é de que na reunião os ministros dêem uma orientação sobre a linha a seguir para que os especialistas comecem a trabalhar na aplicação de novas sanções, que seriam aprovadas formalmente em um futuro próximo (Kriss Szkurlatowski/Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2011 às 19h41.

Bruxelas - A União Europeia aprovará na quinta-feira novas sanções contra a Síria e o Irã e discutirá futuras medidas adicionais contra os dois países, entre elas um embargo ao petróleo iraniano que, por enquanto, divide os Estados-membros.

Os ataques à embaixada britânica em Teerã protagonizados na última terça-feira por estudantes islâmicos deram um novo argumento aos governos que apostam em uma linha dura contra o regime, segundo reconheceram nesta quarta-feira fontes diplomáticas, às vésperas da reunião dos ministros de Relações Exteriores da UE em Bruxelas.

No encontro serão acrescentados cerca de 180 nomes à lista de responsáveis iranianos sancionados com congelamento de fundos e proibição de viajar à UE, medida tomada nas últimas semanas por causa do relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que acusa o Irã de trabalhar na tecnologia necessária para fabricar armas nucleares.

Dentro das novas sanções propostas pelos Estados-membros estão, dentre outras, a opção de atacar as finanças iranianas atuando contra seu Banco Central e de impor um embargo às importações de petróleo.

Esta última medida, sugeridas pela França, desperta reservas entre alguns governos, como deixou claro esta semana o vice-primeiro-ministro polonês, Waldemar Pawlak, que advertiu que cortar a provisão de petróleo iraniano à Europa pode criar "turbulências" nos mercados e disparar os preços.

Nesta quarta-feira, fontes diplomáticas reconheciam que as importações de petróleo são "um assunto de interesse nacional" para alguns Estados-membros, que compram grandes quantidades do país.

A intenção da UE é de que na reunião os ministros dêem uma orientação sobre a linha a seguir para que os especialistas comecem a trabalhar na aplicação de novas sanções, que seriam aprovadas formalmente em um futuro próximo. Além disso, o bloco assinará uma condenação aos ataques contra a embaixada britânica e manterá um debate "aberto" sobre a situação.


Por essa razão, fontes diplomáticas asseguram que não se pode descartar que alguma delegação coloque medidas como a retirada de embaixadores, embora essa opção não esteja na agenda e não será apresentada pela Alta Representante da UE, Catherine Ashton.

Além do Irã, a Síria será o outro foco de atenção dos ministros, com a aprovação de diversas sanções que afetarão numerosos setores, dentre elas a proibição da venda de equipamento para a indústria petrolífera síria e dos investimentos na construção em novas usinas de produção de energia.

Também será proibida a exportação de software e outros produtos que podem ser utilizados para vigiar comunicações eletrônicas. As sanções impedirão todo tipo de empréstimo ao governo e que as companhias europeias comprem dívida síria, enquanto os bancos do país não poderão abrir escritórios na Europa ou investir em entidades da UE.

Os 27 Estados-membros devem acrescentar nomes de pessoas e instituições à lista de sancionados, na qual hoje figuram 74 indivíduos e 19 entidades. O caso sírio será discutido com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi, que almoçará com os ministros para coordenar as medidas de pressão.

Além disso, os ministros devem repassar de modo mais geral a situação no mundo árabe e nos Bálcãs Ocidentais e no processo de paz no Oriente Médio.

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