Mundo

Unesco diz que desigualdade prejudica educação na América Latina

Entidade reclama que universalização do ensino na região não deverá acontecer até 2015

A Unesco apontou que o Brasil deverá diminuir em 33% a quantidade de crianças fora da escola (Lailson Santos/EXAME.com)

A Unesco apontou que o Brasil deverá diminuir em 33% a quantidade de crianças fora da escola (Lailson Santos/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de março de 2011 às 18h21.

Santiago - A América Latina e o Caribe estão perto de conseguir a universalização do ensino primário, que em 2008 alcançou 95% da população infantil, mas a desigualdade na região é o principal empecilho para a meta ser atingida, informou nesta terça-feira no Chile o Escritório Regional da Unesco.

O órgão adverte que para 2015 "ainda haverá muitas crianças fora da escola na região", apesar de os números terem melhorado em muitos países.

É o caso do Brasil, onde se persistir a tendência da última década, o número de crianças fora da escola diminuirá em 33%.

No entanto, o país, que em 2007 contava com 14 milhões de adultos analfabetos, concentra 39% da população adulta analfabeta na América Latina.

Quase 40% dos países da região, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira, alcançaram esse objetivo e outros 20% estão perto de alcançá-lo, embora em 2008 ainda houvesse 2,9 milhões de crianças não escolarizadas, o que significa 4% de todo o mundo.

Segundo o responsável do Escritório Regional da Unesco, Jorge Sequeira, isto se deve às desigualdades econômicas e sociais existentes nos países da região, que dificultam o acesso à educação.

"A desigualdade é um freio ao progresso social de nossa região e prejudica o enorme potencial e capital humano, econômico e cultural de nossos países", disse Sequeira, que assegurou que a educação é uma ferramenta indispensável para reduzir a disparidade na América Latina.

Sequeira apresentou o "Relatório de Monitoramento de Educação para Todos " dedicada à América Latina e ao Caribe, que mostra os avanços no cumprimento do objetivo que a Unesco marcou em matéria de educação para 2015.

O responsável regional da Unesco destacou que a América Latina "é a região em que mais houve progresso", mas identificou problemas no Caribe, onde a escolarização primária diminuiu 9%.

Apesar de vários países da região terem alcançado a universalização do ensino primário, a situação continua crítica em Dominica, Jamaica e República Dominicana, onde as taxas de escolarização ficam entre 76% e 82%.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEducaçãoONU

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua