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Um resumo, país a país, dos protestos que abalam o mundo árabe

Os eventos no Egito, no Iêmen, na Argélia e na Jordânia são reflexos da Revolução de Jasmin, que derrubou a ditadura na Tunísia

Protestos intensos no Egito levaram o governo a cortar a internet no país (Peter Macdiarmid/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 13h32.

São Paulo - Toda a agitação em países como o Egito, a Jordânia, o Iêmen e a Argélia é um eco da chamada Revolução de Jasmim, ocorrida na Tunísia na primeira quinzena de janeiro. O levante derrubou o ditador Zine al-Abidine Ben Ali, que estava no poder em seu país desde 1987. Os protestos que desencadearam a revolução tiveram seu estopim aceso em dezembro, quando um jovem vendedor de rua ateou fogo em seu próprio corpo como forma de protesto contra o governo e a situação insustentável no país.

O ato foi imitado por outros cidadãos do país, resultando em pelo menos cinco mortes e gerando um clima de mal-estar social e político. No dia 14 de janeiro, milhares de tunisianos saíram às ruas para protestar. No mesmo dia Ben Ali deixou o poder. As manifestações, que ganharam o nome de Revolução de Jasmim, começaram a repercutir em redes sociais como o Facebook. No dia 15 de janeiro o presidente do parlamento tunisiano assumiu temporariamente o poder.

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Veja abaixo um resumo dos acontecimentos em outros países árabes onde há protestos contra o governo.

Argélia

Depois dos acontecimentos na Tunísia, a Argélia também foi palco de protestos. No começo de janeiro, grandes manifestações tomaram as ruas, em revolta contra o aumento do preço dos alimentos. Houve diversos confrontos entre policiais e a população. Dados divulgados pelo governo contabilizavam cinco civis mortos, e mais de 400 feridos, dentre eles, 300 policiais.

Jordânia

A última sexta-feira, 20 de janeiro, foi o primeiro dia de tensões na Jordânia. Multidões foram às ruas protestar, movidas pelas mesmas razões das manifestações na Argélia. A população gritava contra o aumento dos preços, a precariedade da política econômica do governo e o desemprego. Segundo informações de agências de notícias internacionais, os manifestantes usaram slogans que sugeriam que os líderes jordanianos teriam o mesmo destino do ditador da Tunísia. Apesar do clima de instabilidade, não houve confrontos com policiais. Nesta sexta-feira (28), cerca de seis mil ativistas foram para as ruas da Jordânia pedindo a renúncia do primeiro-ministro, Samir Rifai.

Iêmen

Na última quinta-feira (27), a onda de levantes contra governos autoritários chegou ao Iêmen. Dezenas de milhares de pessoas se concentraram em pontos estratégicos da capital do país para manifestar seu desejo de renovação no governo. Os protestos manifestaram o repúdio da população à reeleição de Abdullah Saleh, que está no poder no país desde 1990. Uma eventual sucessão de Saleh por alguém escolhido por ele também foi rejeitada.

Egito

Apesar do clima de tensão no país ter começado pouco tempo depois dos incidentes na Tunísia, a situação piorou na última terça-feira (25). Uma série de protestos e tentativas de suicídio similares à do jovem tunisiano desencadearam o que os especialistas já chamam de "a pior oposição ao governo nas últimas décadas". Além da influência dos acontecimentos na Tunísia, as manifestações no Egito têm como motivação a precária condição em que vivem os habitantes e o governo autoritário vigente no país desde 1981. Os protestos ganharam força principalmente entre os jovens. Uma característica peculiar foi o papel de redes sociais como o Facebook na articulação dos manifestantes e na disseminação de seus ideais. Diante disso, nesta semana, o governo mandou cortar, no país todo, a comunicação por celular e pela internet. Nesta sexta-feira (28) novos confrontos entre policiais e a população aconteceram, desta vez com um apoio de peso: o reformista egípcio e ex-prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei se uniu a um grupo de protesto.

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