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Um milhão de jovens recebem o papa, mas a chuva interrompe a homilia

Centenas de milhares de jovens com suas bandeiras gritavam "Viva o papa" e "Bento" em diferentes línguas, em meio a aplausos

A peregrina recebe o papa aos gritos, em meio a uma temperatura de 38 graus em Madri (AFP / Pedro Armestr)

A peregrina recebe o papa aos gritos, em meio a uma temperatura de 38 graus em Madri (AFP / Pedro Armestr)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2011 às 17h29.

Um milhão de peregrinos católicos acolheram na noite deste sábado, hora local, o papa Bento XVI, em meio a uma temperatura de 38 graus e num clima de fraternização, no aeródromo dos Quatro Ventos, perto de Madri, como parte da Jornada Mundial da Juventude.

Uma maré humana a perder de vista, de centenas de milhares de jovens com suas bandeiras gritavam "Viva o papa" e "Bento" em diferentes línguas, em meio a aplausos.

Vários deles percorreram entre três e dez quilômetros a pé, com bonés e chapéus, leques e garrafas d'água na mão, para chegar a Quatro Ventos, sob um sol muito forte.

No entanto, uma violenta tempestade, à noite, obrigou Bento XVI a interrromper a homilia diante dos jovens.

Um forte vento, acompanhado de chuva e trovões, começou a soprar e Bento XVI, embora protegido por um grande guarda-chuva branco, teve que parar sua fala.

Bento XVI chegou a subir num estrado branco de 200 metros de comprimento. Na manhã de domingo, ele retornará ao local para a missa de encerramento da JMJ.

À tarde, o hospital de campanha estava cheio de jovens vítimas de mal-estar.

No meio da multidão, o padre francês Guy Gilbert, vestido com um blusão de couro, apesar do calor, observou: "depois do carisma extraordinário de João Paulo II, quando o de agora foi eleito papa, em 2005, as pessoas diziam: é um velho, não vai durar muito. Eu amo Bento XVI. Quando a gente ia ver João Paulo, nós ouvíamos, na verdade, Bento. Com Bento, os jovens compreendem melhor o mistério da Igreja".

O papa começou seu dia no parque do Retiro e, longe dos olhares, ele confessou quatro jovens peregrinos, mostrando a importância que concede ao sacramento da penitência.


Ainda durante o dia, em meio ao calor canicular, ainda mais para este homem de 84 anos, dirigiu-se a 6.000 seminaristas de todas as origens, no interior e no exterior da catedral de La Almudena, pedindo a eles "que não se deixem intimidar por um ambiente que pretende excluir Deus".

Um ambiente no qual, lamentou, o poder, o ter e o prazer são os critérios principais que dirigem a existência".

"Seu coração vai amadurecer no Seminário, estando totalmente à disposição do Mestre. Esta disponibilidade, que é o dom do Espírito Santo, é o que inspira a decisão de viver no celibato pelo Reino dos Céus, o desprendimento dos bens da Terra, a austeridade da vida e a obediência sincera e sem dissimulação", acrescentou.

O Papa pediu, no entanto, que os seminaristas "estejam seguros de sua vocação avançando para o sacerdócio apenas se estiverem firmemente persuadidos de que Deus os chama para o ministério".

Os escândalos de pedofilia dentro da Igreja, aos quais o Papa não fez referência, levou a hierarquia católica a dar mais atenção à maturidade psicológica dos candidatos a sacerdotes.

Depois da cerimônia em massa, na qual anunciou sua intenção de proclamar doutor da Igreja o santo espanhol Juan de Avila, o Pontífice se dirigiu no papamóvel à residência do cardeal-arcebispo de Madri para um almoço, antes de, à tarde, partir para o ato central do dia, com uma vigília de oração com milhares de jovens no aeródromo de Quatro Ventos.

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