Maurício Macri: presidente da Argentina (Mario De Fina/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de setembro de 2019 às 20h27.
Um dos principais produtores mundiais de alimento, a Argentina se declarou por lei em emergência alimentar até 2022. A norma foi aprovada nesta quarta-feira pelo Senado, em meio ao agravamento da pobreza, em um quadro de elevada inflação e crescente tensão social com grandes protestos nas ruas, pouco mais de um mês antes das eleições gerais de outubro.
Os 61 senadores presentes apoiaram a iniciativa proposta por movimentos sociais, que aumenta a distribuição de alimentos em restaurantes comunitários. O projeto já havia recebido aval da Câmara dos Deputados há uma semana. Esses restaurantes, organizados por vizinhos e instituições religiosas e educativas, são frequentados por um crescente número de pessoas, afetadas por uma inflação que deve superar 50% neste ano, em um contexto de recessão econômica e aumento do desemprego. Estima-se que no fim deste ano 35% da população do país estará abaixo da linha da pobreza.
A emergência limitar é aprovada em meio à exacerbação dos protestos, após a contundente derrota sofrida pelo presidente Mauricio Macri nas primárias de agosto, antes da eleição presidencial de 27 de outubro. A disputa foi vencida pelo oposicionista Alberto Fernández, que tem como companheiro de chapa a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015).