Cairo - A Justiça do Egito ordenou nesta terça-feira a detenção preventiva do ex-candidato à Presidência Ahmed Shafiq, último primeiro-ministro do regime do deposto Hosni Mubarak e que se encontra atualmente nos Emirados Árabes Unidos (EAU).

Uma fonte da justiça disse à Agência Efe que o juiz de instrução, delegado pelo Ministério da Justiça, adotou esta medida devido a um suposto caso de corrupção, no qual também estariam envolvidos os filhos de Mubarak, Gamal e Alaa, e quatro generais do Exército.

A agência de notícias estatal egípcia, ''Mena'', informa que eles são suspeitos de enriquecimento ilícito, falsificação de documentos oficiais e de prejudicar os fundos públicos.

A fonte explicou à Efe que Shafiq não pode ser extraditado dos EAU, porque não existe um acordo nesta matéria entre ambos os países.

Shafiq foi denunciado pelo ex-deputado Esam Sultan, que o acusa de ter vendido em 1993 um terreno de mais de 40.000 metros quadrados na província de Ismailiya (nordeste) a Alaa e Gamal Mubarak por um preço inferior ao do mercado.

Esta venda aconteceu quando Shafiq era chefe da Assembleia de Pilotos, durante o mandato de Mubarak, e membro da Comissão de Terra dos Pilotos, a encarregada de distribuir superfícies de terra e fixar seus preços.

No dia 29 de agosto, as autoridades egípcias ordenaram a inclusão do nome de Shafiq na lista de pessoas procuradas pela justiça, o que representa que ele pode ser interrogado, detido ou proibir-se sua saída do país se em algum momento retornar ao Egito.

Shafiq, que viajou em junho passado aos EAU, disputou com o atual presidente egípcio, o islamita Mohammed Morsi, o segundo turno das eleições presidenciais em junho passado.