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Uefa apoia Platini e diz não ser necessário ter substituto

Comitê demonstrou apoio ao presidente da entidade após a suspensão de 90 dias imposta pela Fifa nesta quinta-feira


	O presidente da Uefa, Michel Platini, questionou o vazamento das punições, que começaram a ser divulgadas pela imprensa ontem
 (Jean Pierre Amet/Reuters)

O presidente da Uefa, Michel Platini, questionou o vazamento das punições, que começaram a ser divulgadas pela imprensa ontem (Jean Pierre Amet/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2015 às 16h20.

Redação Central - O Comitê Executivo da Uefa demostrou apoio ao presidente da entidade, Michel Platini, após a suspensão de 90 dias imposta pela Fifa nesta quinta-feira, e afirmou que não é preciso determinar quem assumirá os poderes no órgão máximo do futebol europeu durante a ausência do dirigente francês.

A Uefa afirmou que, na próxima quinta-feira, o Comitê Executivo irá realizar uma reunião de emergência em Nyon, na Suíça, de forma simultânea com um encontro de representantes dos 54 países-membros na sede da entidade.

O Comitê Executivo afirmou que não vê a necessidade de aplicar, nesse momento, o artigo 29 (5) do estatuto da Uefa, que prevê que o vice-presidente mais antigo, no caso o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Ángel María Villar, assuma o comando da entidade na ausência de Platini.

"Temos certeza que o presidente (Platini) dará imediatamente todos os passos necessários para recorrer da decisão do Comitê de Ética da Fifa para limpar seu nome", argumentou o Comitê Executivo da Uefa na decisão de não determinar quem assume a entidade.

"O Comitê Executivo (da Uefa) tem total confiança no presidente Michel Platini e o apoia. Os órgãos relevantes devem tomar uma decisão muito rápida sobre o assunto, em interesse tanto da Justiça como do futebol", completa o comunicado.

Na manhã de hoje, o Comitê de Ética da Fifa decidiu suspender por 90 dias de todas as atividades ligadas ao futebol, além de Platini, o presidente da entidade, Joseph Blatter, e o ex-secretário-geral Jérôme Valcke.

Antes do anúncio, Platini questionou o vazamento das punições, que começaram a ser divulgadas pela imprensa ontem.

Também denunciou que há uma "tentativa de prejudicar sua reputação" e confirmou que apresentou hoje mesmo as cartas de apoio necessárias para ser candidato à presidência da Fifa.

"Não pararei até garantir que toda a verdade seja conhecida. Ninguém deve ter dúvidas da minha determinação para conseguir esse objetivo", afirmou Platini sobre assumir o comando da Fifa.

A duração das punições, impostas dentro da investigação realizada pela Fifa por causa do escândalo de corrupção que sacudiu a entidade, pode ser ampliada por no máximo 45 dias.

Outro dos punidos hoje foi o sul-coreano Chung Mong-joon, ex-vice-presidente da Fifa e aspirante a substituir Blatter na presidência, assim como Platini, foi suspenso por seis anos e multado em 100 mil francos suíços.

Valcke foi demitido do posto de secretário-geral da Fifa no dia 17 de setembro, cargo que ocupava desde 2007, mas o Comitê de Ética abriu uma investigação para averiguar seu envolvimento em um esquema de venda de ingressos acima do preço oficial para a Copa do Mundo.

A Fifa indicou que as sanções entram em vigor de forma imediata e, durante esse tempo, os punidos estão proibidos de exercer qualquer atividade relacionada com o futebol em nível nacional e internacional, o que gerou dúvidas sobre a candidatura de Platini.

Por meio de seus advogados, Blatter mostrou sua "decepção e inconformidade" com o Comitê de Ética da Fifa, que determinou a suspensão sem consultá-lo.

O dirigente suíço disse esperar uma oportunidade para provar que não cometeu irregularidades.

A Fifa anunciou que o camaronês Issa Hayatou, vice-presidente mais antigo da entidade e também presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), assumirá a presidência de forma interina.

O próprio Hayatou já descartou se candidatar às eleições que estão marcadas para fevereiro de 2016. 

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