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UE vai analisar se há saída em massa da Líbia

Segundo informações da Cruz Vermelha, pelo menos 5 mil pessoas deixaram o país e se refugiaram na Tunísia

Tunisianos que viviam na Líbia chegam à cidade de Ben Guerdane, na Tunísia (Lionel Bonaventure/AFP)
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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2011 às 13h52.

Bruxelas - A Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) anunciou nesta quarta-feira que enviará nas próximas horas vários analistas às fronteiras da Líbia com Tunísia e Egito, assim como a Trípoli, para comprovar se está ocorrendo a saída em massa de pessoas do solo líbio aos países vizinhos, fugindo das revoltas dos últimos dias.

Os analistas irão até os gabinetes da Comissão Europeia em Amã e Argélia, onde estão estabelecidos, explicou o porta-voz de Cooperação e Ajuda Humanitária, Raphael Brigandi.

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O porta-voz indicou que, segundo a Cruz Vermelha e outras organizações na região, cerca de 5 mil pessoas passaram da Líbia a Tunísia nos últimos dias, embora precisou que é preciso ser "cauteloso" com os números de deslocados perante as dificuldades de comunicação com a região.

Além disso, assinalou que por enquanto as ONGs no terreno estão respondendo às necessidades do fluxo de pessoas e que o Executivo comunitário não recebeu nenhum pedido de ajuda até o momento.

O funcionário indicou que embora "por enquanto não se está enfrentando uma crise humanitária", a Comissão está preocupada pela situação.

Sobre o deslocamento de um analista a Trípoli, assinalou que previamente terá que garantir se são oferecidas as condições de segurança necessárias.

Questionado pela possibilidade de desbloquear fundos europeus para ajudar os desabrigados, o porta-voz precisou que primeiro é preciso checar se está produzindo uma crise humanitária e que as somas que eventualmente se destinariam dependerão das necessidades no terreno.

Por sua parte, o porta-voz comunitário de Interior, Michele Cercone, assinalou que a missão que a Agência de controle de fronteiras europeias Frontex enviou para ajudar a Itália perante a chegada a suas costas de imigrantes tunisianos está estudando a situação e verificando se há novos fluxos, procedentes em particular da Líbia.

O porta-voz lembrou das possibilidades que oferece a legislação comunitária para enfrentar a chegada em massa de imigrantes a algum estado membro, começando por uma direção que permite a proteção temporária (durante um ano) de pessoas que fogem de um país por razões políticas.

A outra possibilidade, contemplada no próprio Tratado da União Europeia, se refere à ajuda econômica aos Estados-membros que afrontam de forma repentina uma chegada em massa de pessoas de terceiros países.

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