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UE se diz pronta para cooperar com Rússia e China na Ásia Central

Representante da UE ressaltou que na Ásia Central há lugar para todos que estejam prontos para manter a estabilidade, a prosperidade e o desenvolvimento

União Europeia: "Não ocultamos o fato de que a questão do aprofundamento e o estabelecimento de relações mais estreitas entre os países da UE e a União Econômica Eurasiática não está sendo considerado", disse representante da UE (Georges Gobet/AFP/AFP)

União Europeia: "Não ocultamos o fato de que a questão do aprofundamento e o estabelecimento de relações mais estreitas entre os países da UE e a União Econômica Eurasiática não está sendo considerado", disse representante da UE (Georges Gobet/AFP/AFP)

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EFE

Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 18h38.

Astana - A União Europeia (UE) está "preparada para uma cooperação construtiva" com a Rússia e a China na região da Ásia Central, garantiu nesta quinta-feira à Agência Efe o representante especial da UE para a Ásia Central, Peter Burian.

"Estamos preparados para cooperar com Rússia e China na Ásia Central", afirmou Burian às margens da conferência internacional "25 anos de relações UE-Ásia Central: do passado ao futuro", realizada em Astana.

"A UE está preparada para uma cooperação construtiva com todos os parceiros da Ásia Central, incluindo seus grandes vizinhos - Rússia e China. Não há outra opção para a UE, Rússia ou China. Todos devemos tentar evitar todos os jogos geopolíticos e o confronto de interesses individuais", acrescentou.

Burian ressaltou que na Ásia Central há um lugar para todos os parceiros que estejam prontos para ajudar a manter a estabilidade, a prosperidade e o desenvolvimento da região, em referência às desavenças da UE com a Rússia.

"Não ocultamos o fato de que a questão do aprofundamento e o estabelecimento de relações mais estreitas entre os países da UE e a União Econômica Eurasiática não está sendo considerado, já que a UE precisa resolver com a Rússia a estabilização da situação na Ucrânia", explicou.

A respeito disto, Nicolás de Pedro, especialista do Institut Barcelona d'Estudis Internacionals, assegurou que a situação afeta também particularmente países centro-asiáticos como o Cazaquistão.

"Nestes momentos, nos quais a relação entre a UE e a Rússia está em um momento francamente baixo, o Cazaquistão sofre um certo impacto ao continuar tentando desenvolver suas relações com a UE para compensar sua ainda certa dependência da Rússia", argumentou De Pedro.

Por sua parte, o vice-ministro de Relações Exteriores cazaque, Roman Vassilenko, apoiou a cooperação entre os diferentes atores políticos no que qualificou como "um grande ganho para todos".

"O Cazaquistão acredita que as oportunidades, os recursos e os desafios da Ásia Central são tão grandes que há espaço para a cooperação mútua benéfica e produtiva entre o Cazaquistão e outros países da região e outros atores externos", disse.

A conferência internacional tem como objetivo "contribuir para a redação de uma nova estratégia da UE na região para 2019", segundo informou a organização do evento.

Para isso, os participantes debatem sobre a segurança na Europa e na Ásia Central, a igualdade de gênero e a cooperação comercial e de investimento entre ambos blocos regionais.

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