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UE não deve romper vínculos com Egito além do âmbito militar

União Europeia rejeita violência no Egito, mas defende manutenção de vínculos com o país além da cooperação militar

Tanque do exército do Egito: a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, insistiu na importância de se manter o apoio à sociedade civil egípcia (Mohamed Abd El Ghany/Reuters)

Tanque do exército do Egito: a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, insistiu na importância de se manter o apoio à sociedade civil egípcia (Mohamed Abd El Ghany/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 12h32.

Bruxelas - Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) expressaram nesta quarta-feira sua rejeição à violência empregada pelo governo do Egito, mas defenderam a manutenção dos vínculos com o país árabe além da cooperação militar com o objetivo de promover sua estabilização.

Os ministros europeus, que hoje analisam a situação no Egito em uma reunião de emergência, coincidiram em dizer que a UE deve demonstrar sua rejeição à violência, mas consideraram que não devem ser tomadas medidas que possam afetar negativamente à população, como uma suspensão das ajudas humanitárias.

Muitos dos ministros afirmaram sua vontade de suspender a cooperação militar com o Egito para reduzir o número de armas que chegam ao país.

"Temos que ser muito claros em condenar a violência excessiva que vimos nas últimas semanas", disse o ministro das Relações Exteriores da Holanda, Frans Timmermans. "Não seria inteligente fornecer armas ao Exército e às forças de segurança egípcias nesta situação", acrescentou.

A questão do envio de armas ao país foi um dos pontos mais abordados pelos ministros antes das conversas de hoje sobre o Egito.

"Acho que enviar armas em um curto prazo para o Egito não seria inteligente, decidimos não exportar nada neste ponto", disse Timmermans, que considerou que se a UE aplicar suas próprias diretrizes sobre a exportação de armas, não será possível fornecê-las ao exercito egípcio neste momento.

O titular das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, lembrou que seu país congelou o envio de armas ao Cairo - uma decisão adotada também por Reino Unido e França - e explicou que espera que outros países também estejam estudando essa questão.

No entanto, Westerwelle disse que não sabe se os 28 países da União Europeia tomarão uma decisão conjunta sobre o Egito na reunião de hoje ou mais adiante.

O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, afirmou que espera que na reunião de hoje os países da UE estejam de acordo com a promoção do diálogo político no Egito.


"Temos que deixar a porta aberta para fazer isto no futuro, o Egito precisa do sucesso deste diálogo", assegurou.

Westerwelle coincidiu neste ponto, e defendeu o "envio de uma mensagem para acabar com a violência", mas também para "manter aberto o canal de comunicação".

O ministro alemão considerou, no entanto, que durante a reunião de hoje não devem ser tomadas decisões sobre todas as opções da UE sobre sua cooperação com o Egito em matéria de segurança, militar e assistência de projetos.

Neste ponto, o ministro das Relações Exteriores da Suécia, Carl Bildt, se mostrou a favor de suspender o envio de recursos ao país.

"Há uma reunião na qual consideraremos as diferentes opções, mas acho muito difícil que o dinheiro dos contribuintes suecos deva servir de suporte para pessoas que são responsáveis pelos massacres que vimos", assegurou.

Enquanto isso, fontes da UE lembraram que a maior parte do dinheiro orçado para o Egito se encontra bloqueado porque as condições para o seu desembolso não foram cumpridas. O dinheiro que é liberado está destinado principalmente ao apoio dos mais desfavorecidos.

A ministra italiana, Emma Bonino, considerou que não teria muito sentido suspender essa cooperação, pois não afetaria às autoridades atuais e o Exército.

A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, insistiu na importância de se manter o apoio à sociedade civil egípcia e reiterou a importância de se estabelecer um roteiro político para que o país saia da crise.

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