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UE expressa ceticismo sobre direitos de cidadãos após Brexit

Reação veio após a premiê britânica dizer que sua oferta de garantir os direitos dos cidadãos da UE que moram no Reino Unido foi "muito justa e muito séria"

Primeiro-ministro belga, Charles Michel, achou as garantias de Theresa May sobre direitos de cidadãos da UE no Reino Unido após o Brexit "particularmente vaga" (Francois Lenoir/Reuters)
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Reuters

Publicado em 23 de junho de 2017 às 10h43.

Bruxelas - Theresa May disse que sua oferta de garantir os direitos dos cidadãos da União Europeia que moram no Reino Unido depois da desfiliação britânica do bloco foi "muito justa e muito séria", mas seus pares na UE expressaram ceticismo, e o líder da Bélgica disse que a oferta pode conter uma surpresa desagradável do tipo "gato por lebre".

"Quero assegurar a todos os cidadãos da UE que estão no Reino Unido, que construíram suas vidas e lares no Reino Unido, que ninguém terá que partir. Não veremos famílias sendo divididas", disse a primeira-ministra britânica a repórteres nesta sexta-feira, segundo dia de uma cúpula da UE em Bruxelas.

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"Na noite passada fiquei satisfeita de conseguir delinear o que é uma oferta muito justa e muito séria para cidadãos da UE que estão morando no Reino Unido", disse, acrescentando que irá divulgar propostas detalhadas na segunda-feira e buscar direitos recíprocos para cerca de um milhão de britânicos que vivem em outros países da UE.

Mas os líderes do bloco querem mais detalhes.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, classificou a oferta de May como um "bom começo", mas deixou claro que seu foco está no futuro da UE sem um Reino Unido que muitos veem como politicamente abalado por divergências a respeito do chamado Brexit, que se intensificaram desde que May perdeu sua maioria parlamentar na eleição de 8 de junho.

Em nome da Polônia, cujos 800 mil cidadãos são o maior contingente dos 3 milhões de europeus em solo britânico, o vice-ministro das Relações Exteriores, Konrad Szymanski, disse: "Valorizamos o esforço, mas a oferta não cumpre todos os critérios que a UE acordou como linhas vermelhas".

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, a achou "particularmente vaga" e a descreveu usando uma expressão flamenga a respeito de um presente duvidoso equivalente a "gato por lebre".

Jean-Claude Juncker, chefe do executivo da UE, disse: "Este é um primeiro passo, mas este passo não é suficiente".

Em particular, os outros 27 países da UE querem que seus cidadãos possam cobrar seus direitos no Reino Unido por meio do Tribunal de Justiça da União Europeia, algo que May descartou totalmente.

Eles também questionam sua tentativa de limitar estes direitos potencialmente às pessoas que já moravam no Reino Unido antes de ela desencadear o Brexit três meses atrás.

May delineou cinco princípios, em especial que nenhum cidadão da UE residente em solo britânico até uma data limite será deportado. Cidadãos do bloco que moram no Reino Unido há cinco anos podem ficar para sempre. Outros terão permissão de ficar até cumprirem o prazo de cinco anos, a burocracia para a residência permanente será reduzida e haverá um período de tolerância de dois anos para evitar situações precárias.

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