Estrasburgo - O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, afirmou nesta quarta-feira que a União Europeia se encontra diante do maior desafio de toda sua história pela crise econômica, social e pela falta de confiança dos cidadãos em seus líderes.

"Nos encontramos perante o maior desafio que teve a nossa União em toda sua história", afirmou no plenário do Parlamento Europeu, onde afirmou que a UE "pode e deve" solucionar a grave crise.

Barroso iniciou seu esperado discurso sobre o "estado da União" com uma análise "honesta e clara" sobre a "séria" situação atravessada pela UE.

"Vivemos acima de nossas possibilidades, permitimos que os mercados sejam insustentáveis, seu comportamento inaceitável e desequilíbrios macroeconômicos entre os Estados-membros", indicou.

Os efeitos da globalização e um certo grau de cinismo contribuíram para exacerbar a grave situação, sustentou.

O presidente da Comissão Europeia (CE) advertiu que sob este cenário há mais risco que nunca de nacionalismos e reações populistas para impor barreiras.

A crise da dívida é, acima de tudo, uma crise na confiança dos políticos.

"A situação é séria, mas temos os instrumentos para resolvê-la", assegurou Barroso, para quem os países devem trabalhar em prol de uma "renovação europeia" baseada na estabilidade, disciplina fiscal, responsabilidade, crescimento e solidariedade.

"Nos encontramos em um momento crucial na história. Se não avançarmos rumo a uma maior unificação, integração, então estaremos mais fragmentados", advertiu.

Na opinião de Barroso, a UE necessita de uma verdadeira estratégia comunitária, "uma união econômica real".

"Temos que completar a união monetária com uma união econômica", indicou.

Para isso, a Comissão Europeia proporá um marco para fortalecer a integração econômica, anunciou.

Barroso também defendeu as competências da CE, ao afirmar que é o Executivo comunitário que exerce a função de Governo econômico da União Europeia e que não são necessários novos cargos ou instituições.