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UE diz que vai estender a mão para May em negociações do Brexit

Após cinco rodadas de negociações, os 27 mandatários do bloco devem constatar que não há "progressos suficientes" nas discussões de divórcio

Os líderes pretendem acenar para May, autorizando o início de "discussões preliminares internas" entre os 27 sobre a futura relação (John Macdougal/Reuters)

Os líderes pretendem acenar para May, autorizando o início de "discussões preliminares internas" entre os 27 sobre a futura relação (John Macdougal/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de outubro de 2017 às 09h32.

Os líderes da União Europeia (UE) reunidos em Bruxelas estão dispostos a estender a mão, nesta sexta-feira, à primeira-ministra britânica, Theresa May, sob pressão no Reino Unido, para avançar nas negociações estagnadas sobre o Brexit.

Após cinco rodadas de negociações iniciadas em junho, os mandatários dos 27 países da UE, sem May, devem constatar nesta sexta-feira que não há "progressos suficientes" nas discussões de divórcio e que, por isso, não poderão discutir a futura relação, como pede Londres.

"Vamos examinar o estado das negociações e não acho que haverá um milagre" para desbloqueá-las, advertiu nesta sexta-feira pela manhã o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em sua chegada à reunião.

Os líderes pretendem acenar para May, autorizando o início de "discussões preliminares internas" entre os 27 sobre a futura relação, segundo um rascunho de conclusões ao qual a AFP teve acesso.

Isso permitirá "ganhar tempo", assegurou uma fonte europeia, prestes a preparar um eventual período de transição de dois anos para a saída efetiva do Reino Unido, prevista para o final de março de 2019, e o possível acordo de livre-comércio dos dois lados do Canal da Mancha.

"A ideia é que os dirigentes estejam prontos para decidir em dezembro um mandato de negociações [para uma segunda fase], se forem constatados progressos suficientes", disse a fonte.

'Passo a passo'

Na véspera, durante um jantar de trabalho, a chefe de governo britânica, enfraquecida dentro de seu Partido Conservador, pediu aos sócios da UE que cheguem a um acordo de divórcio que possa "defender" diante dos cidadãos de seu país.

Embora o objetivo inicial fosse abrir caminho nesta cúpula para as discussões sobre as relações futuras, os líderes europeus, sem May, decidirão prorrogar essa decisão para dezembro, ao se constatar progressos insuficientes na negociação de divórcio.

A UE quer resolver primeiro o passado, na linguagem de Bruxelas "as prioridades do divórcio": a conta a ser paga por Londres por sua partida, a situação dos direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido após o Brexit e a questão da Irlanda do Norte.

A influente chanceler alemã, Angela Merkel, já expressou na véspera sua confiança em um acordo, depois de ouvir afala da primeira-ministra britânica no jantar. "Ao contrário do que às vezes escreve a imprensa britânica, o processo avança passo a passo", comentou Merkel.

"Acho que foi um discurso bastante construtivo que ela pronunciou de um modo muito eloquente", disse o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, enquanto seu homólogo austríaco, Christian Kern, reiterou que cabe a Londres apresentar "uma boa base" para os progressos.

Propostas concretas para dezembro

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse depois do jantar que May "defendeu bem seu ponto", embora tenha ressaltado que "as coisas precisam que ser mais concretas nas semanas prévias a dezembro".

A saída do Reino Unido está prevista para o final de março de 2019 e, depois de quatro meses de discussões, elas se encontram travadas pela questão financeira e pelo papel do Tribunal de Justiça da UE.

Os 27 querem que o alto tribunal europeu seja encarregado de resolver as controvérsias sobre os direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido após o Brexit, algo que Londres rejeita.

Sobre a questão financeira, fontes europeias estimam que este divórcio custaria aos britânicos entre 60 e 100 bilhões de euros.

May, contudo, se comprometeu em setembro a manter a contribuição de seu país no atual orçamento europeu, que expira dois anos depois do Brexit, com 20 bilhões de euros.

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