Membros do EIIL executam presos: "não temos intenções", disse funcionário da UE (Reprodução/Youtube)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2014 às 13h23.
Bruxelas - A União Europeia está descartando o envio de uma missão militar ao Iraque com o objetivo de reprimir a onda de ações dos extremistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), disseram nesta sexta-feira fontes comunitárias, que precisaram que os ministros das Relações Exteriores da UE abordarão na segunda-feira a situação desse país.
Os chefes da diplomacia dos vinte e oito celebrarão na segunda-feira um Conselho em Luxemburgo no qual tratarão a nova crise aberta pelo avanço dos insurgentes nas províncias de maioria sunita, durante a comida de trabalho à qual foi convidado o enviado especial da ONU para o Iraque, o búlgaro Nickolay Mladenov.
A UE deu seu apoio ao Iraque nos últimos anos com o envio de uma missão civil que contribuiu para a formação de policiais e ao fortalecimento das instituições.
"No terreno militar não temos intenções. Vamos discutir com os Estados-membros, mas não acho que haja apetite por sua parte de estabelecer uma missão militar", afirmou hoje um alto funcionário comunitário.
Por outro lado, se mostrou mais inclinado a que a UE pudesse dar seu apoio ao Iraque "no lado civil", através de "programas de cooperação" ou através do diálogo político com suas autoridades.
"O que nos pediram os iraquianos é ajudá-los na luta contra o terrorismo", comentou.
As fontes europeias viram necessário que o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, alcance restabelecer o diálogo especialmente entre as dois principais comunidades, sunitas e xiitas, enquanto o país vive em um permanente ameaça de atentados terroristas.
Tanto a UE como a Liga Árabe expressaram em uma recente reunião ministerial sua "profunda preocupação" pela deterioração da situação de segurança no Iraque e condenaram firmemente a onda de ataques terroristas no país.
Por considerar o EIIL uma entidade ligada à Al Qaeda, a UE aplica desde outubro de 2004 sanções consistentes em um embargo de armas e o congelamento de seus ativos em território da União, indicaram fontes comunitárias.
Estados Unidos anunciaram por sua vez na quinta-feira um plano para deter os avanços do extremismo islamita dentro do Iraque com o envio de 300 assessores militares e a possibilidade de marcar objetivos para ataques aéreos "seletivos".
Os avanços das milícias jihadistas do EIIL puseram em interdição a política dos Estados Unidos no Iraque e a decisão de Washington de abandonar o país no final de 2011 sem deixar um contingente de tropas que ajudasse a evitar a desintegração das Forças Armadas iraquianas, fortemente fragmentadas em facções religiosas.
Grupos insurgentes sunitas liderados pelo EIIL tomaram na semana passada Mossul, a segunda cidade do país, e várias zonas do norte em sua tentativa de avançar para rumo a Bagdá e ao sul do Iraque.