Mundo

UE conclui cúpula que marcou o isolamento do Reino Unido

O país se negou a participar de um novo tratado de consolidação da disciplina orçamentária na zona do euro

Primeiro-ministro da Finlândia, Jyrki Katainen (e), Nicolas Sarkozy, Angela Merkel e Jose Manuel Barroso: a reunião alcançou uma série de medidas de curto prazo contra a crise (Eric Feferberg/AFP)

Primeiro-ministro da Finlândia, Jyrki Katainen (e), Nicolas Sarkozy, Angela Merkel e Jose Manuel Barroso: a reunião alcançou uma série de medidas de curto prazo contra a crise (Eric Feferberg/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2011 às 12h19.

Bruxelas - Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia concluíram nesta sexta-feira a cúpula que marcou o isolamento do Reino Unido, país que se negou a participar de um novo tratado de consolidação da disciplina orçamentária na zona do euro.

A reunião alcançou ainda uma série de medidas de curto prazo contra a crise da dívida na zona do euro, que foram amparadas de forma propícia pelos mercados financeiros durante esta manhã.

A longo prazo, a UE acordou um conjunto de medidas para impor uma estrita disciplina orçamentária nos países com moeda única, com a iniciativa da 'regra de ouro' e sua inclusão nas constituições ou legislações similares.

Além disso, os países com procedimento por déficit excessivo terão suas contas públicas fiscalizadas pelas instituições da UE, a fim de que retornem o mais rápido possível ao equilíbrio orçamentário.

Apesar do acordo geral sobre que medidas e ações devem ser tomadas, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, discordou na discussão sobre o marco legal para executá-las, já que exigia que o centro financeiro de Londres ficasse isento de certas regulações comunitárias sobre os serviços financeiros, algo que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, considerou como 'inaceitável'.

O resultado é que haverá um novo tratado intergovernamental, com pelo menos 23 países da UE, enquanto Suécia, República Tcheca e Hungria mostraram sua disposição a se somar ao grupo, apesar de precisarem consultar previamente seus Parlamentos.

O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, afirmou que o novo tratado será elaborado 'o mais rápido possível' e destacou que '26 líderes estão a favor de participar deste esforço'. Van Rompuy acrescentou que o futuro tratado estará vinculado aos países que participam dele.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, afirmou que a cúpula marcou o fim da Presidência semestral de seu país, 'nossa preferência era para um tratado para os 27. Tentamos, mas não houve unanimidade'.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, indicou que sua instituição vai colocar em andamento 'rapidamente' a elaboração do novo texto.

Para Barroso, o novo tratado terá caráter internacional (já que não abrangerá toda a UE) e não suporá uma concessão de novas competências a Bruxelas, mas sim 'mais poder de ação nas instituições da UE para competências que já existem'.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, descartou realizar um plebiscito para a ratificação do futuro tratado.

Acompanhe tudo sobre:Crises em empresasEuropaPaíses ricosReino UnidoUnião Europeia

Mais de Mundo

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países