Apoiar a Ucrânia — acrescentou o diplomata — "continua sendo nossa prioridade" (AFP/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de outubro de 2022 às 15h07.
Última atualização em 17 de outubro de 2022 às 16h01.
A União Europeia (UE) aprovou, nesta segunda-feira, 17, o reforço de seu apoio militar à Ucrânia, incluindo uma missão de treinamento em seu território para 15 mil soldados ucranianos e um aporte de mais € 500 milhões para armas.
"Concordamos em estabelecer uma Missão de Assistência Militar da UE para apoiar as forças ucranianas, que ocorrerá no solo da UE", disse o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell, ao fim de uma reunião de ministros europeus das Relações Exteriores em Luxemburgo.
Essa missão deve estar plenamente operacional em "meados de novembro, em menos de um mês", e terá um prazo geral de "pelo menos dois anos", afirmou Borrell.
"Será posta em prática em tempo recorde", frisou.
Apoiar a Ucrânia — acrescentou o diplomata — "continua sendo nossa prioridade".
Para Borrell, a Rússia "está perdendo [a guerra na Ucrânia] política e moralmente".
Segundo diferentes fontes diplomáticas, a Hungria foi o único país que não apoiou formalmente a iniciativa, preferindo a abstenção.
Em sua conta no Facebook, o chanceler húngaro, Peter Szijjarto, declarou que “não participamos desta missão e, obviamente, não enviaremos instrutores, e não contribuiremos para os custos com recursos financeiros”.
O lançamento da missão de treinamento é o anúncio mais esperado da reunião, devido à magnitude do esforço do bloco comunitário em preparar um enorme contingente de soldados ucranianos para resistir à ofensiva da Rússia.
A ideia da UE é usar a Polônia como principal centro de uma missão que pretende proporcionar formação básica para cerca de 12 mil soldados e instrução especializada para outros 2,8 mil.
A Alemanha se ofereceu para desempenhar um papel central nesta ambiciosa missão de treinamento.
Os programas que estão, no momento, sendo executados individualmente pelos Estados-membros continuarão, podendo, inclusive, serem depois incorporados à iniciativa da UE.
"Todos na UE farão o que puderem, de acordo com as necessidades dos ucranianos", disse um diplomata europeu, estimando que se prevê um orçamento de cerca de € 60 milhões (US$ 58 milhões) por ano.
Esse novo aporte elevará para € 3 bilhões (US$ 2,9 bilhões) a contribuição total da UE para armas, sem contar o que os Estados do bloco gastaram de seus próprios cofres.
Ao ser questionado nesta segunda-feira sobre a disponibilidade de recursos, Borrell se limitou a comentar: "há dinheiro suficiente. Não se preocupem com o dinheiro".
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, comunicou-se por videoconferência com seus colegas da UE e pediu não apenas mais armas e mais ajuda financeira, como também um novo pacote de sanções à Rússia.
No encontro, os ministros da UE também discutiram o suposto uso de drones de fabricação iraniana por parte da Rússia para atacar alvos na Ucrânia. Segundo Borrell, técnicos da UE e de vários países-membros do bloco estão coletando evidências sobre a origem desses drones antes de tomar uma decisão a respeito.
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