Combatente curdo peshmerga: UE apoia armamento contra jihadistas no Iraque (Safin Hamed/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2014 às 15h34.
Bruxelas - Os ministros das <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/ministerio-das-relacoes-exteriores">Relações Exteriores</a></strong> da <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/uniao-europeia">União Europeia</a></strong> (UE) chegaram a um acordo nesta sexta-feira para apoiar a entrega de armas aos combatentes curdos que lutam contra os jihadistas do Estado Islâmico (<strong><a href="https://exame.com.br/topicos/ei">EI</a></strong>) no <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/iraque">Iraque</a></strong>.</p>
Segundo o ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, há uma posição comum, que ele resumiu: "A UE saúda o fato de alguns países terem respondido favoravelmente ao pedido das forças curdas iraquianas".
"Ainda não está claro qual tipo de equipamento será usado e é necessário", acrescentou.
"É uma decisão importante e outros países seguirão o mesmo caminho ou um semelhante ao da França", considerou o chanceler francês, Laurent Fabius.
A decisão de fornecer armas é de cada Estado-membro.
Países como França, Itália e Grã-Bretanha desejavam um acordo sobre a necessidade de armar os curdos para marcar a vontade dos 28 países do bloco de inverter a relação de forças no Iraque, embora, assim como os Estados Unidos, não queiram se envolver em uma luta em terra com os jihadistas.
"Pedi esta reunião para que toda a Europa se mobilize e ajude os iraquianos e os curdos", havia declarado Fabius antes do encontro.
Fabius também lembrou que a França foi um "dos primeiros países a agir", já que os franceses haviam anunciado que fornecerão armas sofisticadas aos curdos do Iraque, considerados os últimos capazes de inverter esta correlação de forças frente ao EI.
"É importante que exista um acordo europeu" para armar os curdos e a "UE deve ter uma posição a respeito", havia dito a chefe da diplomacia italiana, Federica Mogherini, cujo país preside neste semestre a UE.
Países hesitantes
Alguns países tinham reticências, por considerarem perigoso enviar armas a uma zona de guerra instável, onde os combatentes e as armas podem mudar de lado de uma hora para outra.
Até agora, a Alemanha limitava seu apoio apenas ao fornecimento de material militar não letal.
No entanto, Steinmeier, que anunciou uma visita ao Iraque para este fim de semana, não ficou para trás: "Os europeus não devem se limitar a elogiar o combate valente das forças curdas. Temos que fazer algo também para atender as suas necessidades", havia ressaltado antes da reunião.
Londres também anunciou na noite de quinta-feira que a Grã-Bretanha analisa favoravelmente a possibilidade de armar as forças curdas.
Já o chefe da diplomacia sueca, Carl Bildt, reiterou que seu país hesita em ir além do apoio humanitário e político.
Os ministros também querem envolver todos os países do Oriente Médio, da Arábia Saudita ao Irã, na luta contra o EI.
O ministro britânico das Relações Exteriores, Philip Hammond, acredita reunir esse apoio agora que o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, aceitou ceder o poder, abrindo caminho para a formação rápida de um governo de unidade nacional.
Os ministros também se referiram à forma de alcançar uma coordenação melhor para garantir "uma ponte aérea humanitária adaptada às necessidades em terra".
Os ministros também pediram que a Rússia "pare imediatamente com qualquer tipo de hostilidade" na fronteira com a Ucrânia, onde Kiev garantiu ter destruído veículos blindados russos que haviam entrado em seu território.
"Se há veículos ou funcionários militares russos na Ucrânia, devem ser retirados imediatamente ou as consequências serão sérias", declarou o chanceler britânico, Philip Hammond.