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UE acusa Rússia de cometer crimes de guerra na Ucrânia

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha destacou o aumento dos ataques russos à infraestrutura civil, incluindo hospitais e teatros

 (ARIS MESSINIS/AFP)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de março de 2022 às 09h59.

Os países da União Europeia (UE) acusaram nesta segunda-feira, 21, as forças armadas russas de cometerem crimes de guerra na Ucrânia, mas uma nova rodada de sanções contra Moscou parece improvável, apesar da pressão na Europa para que os responsáveis por ataques contra civis sejam julgados.

Com as mortes de civis aumentando na cidade portuária sitiada de Mariupol, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, destacou o aumento dos ataques russos à infraestrutura civil, incluindo hospitais e teatros. "Os tribunais terão que decidir, mas para mim estes são claramente crimes de guerra", declarou.

O alto representante da UE para política externa, Josep Borrell, ressaltou, antes de presidir uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do bloco de 27 países em Bruxelas, que "o que está acontecendo em Mariupol é um enorme crime de guerra. Destruindo tudo, bombardeando e matando a todos de forma indiscriminada. Isso é algo terrível."

Borrell enfatizou que "a guerra também tem lei". O Tribunal Penal Internacional (TPI), na Holanda, está coletando evidências sobre possíveis crimes de guerra na Ucrânia, mas a Rússia, assim como os Estados Unidos, não reconhece a jurisdição do tribunal.

O ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Coveney, disse que seu país está "certamente aberto a outros mecanismos de responsabilização em termos das atrocidades que estão ocorrendo na Ucrânia agora".

Apesar disso, a imposição de uma nova rodada de sanções - congelamento de bens e proibição de viagens - parece improvável por enquanto.

Notórios por lidarem frequentemente com lentidão com os eventos internacionais em rápida evolução, os países da UE se reuniram em pouco mais de três semanas desde que a invasão começou em 24 de fevereiro para impor sanções a 877 pessoas. Os alvos incluem o presidente russo, Vladimir Putin, ministros e oligarcas pró-Kremlin.

Outras 62 "entidades" - empresas, bancos, companhias aéreas e construtores de navios - também foram atingidas em tempo recorde. Mas a questão da imposição de medidas restritivas à energia continua extremamente sensível, dada a dependência de muitos países da UE ao fornecimento de gás natural da Rússia.

Um grupo de países liderados pela Alemanha quer uma pausa nas novas medidas por enquanto, em meio à preocupação com os altos preços da energia e temores de que a Rússia possa interromper as exportações de gás para a Europa. Alguns também querem economizar munição de sanções para qualquer nova e grande atrocidade de guerra, como o uso de armas químicas. 

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